Economia

Metalúrgicos do ABC Paulista paralisam produção

Segundo sindicato, 56 mil trabalhadores estão paralisados para pressionar as negociações salariais


	Metalírgico: a greve não atinge as montadoras
 (Divulgação/Honda)

Metalírgico: a greve não atinge as montadoras (Divulgação/Honda)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2012 às 15h31.

São Paulo – Cerca de 56 mil metalúrgicos da região do ABC Paulista paralisaram as atividades hoje (10) para pressionar as negociações salariais da categoria, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A greve de advertência de um dia não atinge as montadoras, cujos trabalhadores fecharam acordo de reajuste em 2011, válido também para este ano. Para o sindicato, no entanto, a produção nas montadoras poderá ser afetada por causa da interrupção do fornecimento de peças.

“As 50 maiores fábricas da região ficaram fechadas na manhã de hoje, correspondendo a 80% do total de trabalhadores. Nossa expectativa é que esse movimento se repita à tarde”, disse Rafael Marques, vice-presidente do sindicato. Ele acredita que as montadoras que trabalham com o sistema just in time, no qual as peças são entregues a cada seis horas, devem sofrer o impacto da paralisação. “Nesses casos, a montadora não tem estoque e pode ocorrer o esvaziamento da produção.”

Os metalúrgicos pedem reajuste similar ao concedido pelas montadoras: inflação, de aproximadamente 5%, e aumento real de 2,51%. “Nossa data-base é 1º de setembro e as propostas que foram apresentadas até agora não atendem às nossas reivindicações. Os que apresentaram proposta só deram a inflação e alguns até mesmo [reajuste] abaixo dela”, disse o vice-presidente.

Rafael Marques informou que algumas empresas procuraram o sindicato na manhã de hoje para tentar negociar separadamente. “Não pretendemos negociar diretamente. Sugerimos que as empresas pressionem a bancada [sindicato] patronal. Quando dilui a negociação, quebra a unidade”, avalia. Segundo o sindicalista, as negociações devem continuar em reunião agendada para amanhã. "Com o movimento de hoje, achamos que o diálogo vai se dar em um clima melhor.”

As negociações entre metalúrgicos e sindicatos patronais ocorrem em grupos. “São seis mesas de negociação, mas com a mesma reivindicação de reajuste salarial. Estamos em debate há pelo menos seis meses”, destacou. Um dos grupos com o maior número de trabalhadores é o de autopeças, forjaria (onde se moldam as peças) e parafusos, com 25,4 mil empregados, cuja negociação é feita com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

A Agência Brasil entrou em contato com ao Sindipeças, mas até a publicação da matéria não recebeu retorno.

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