Meta fiscal está difícil, mas não deve ser mudada, diz Itaú
Os agentes do mercado financeiro já começam a desacreditar no sucesso da equipe econômica em cumprir a proposta anunciada ainda em dezembro, segundo economista
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2015 às 15h36.
São Paulo - As condições para o governo federal cumprir a meta de superávit primário ficaram muito mais duras, mas a meta não deve ser alterada.
A avaliação é do economista-chefe do Itaú Unibanco , Ilan Goldfajn.
Os agentes do mercado financeiro já começam a desacreditar no sucesso da equipe econômica em cumprir a proposta anunciada ainda em dezembro, na avaliação de Goldfajn.
Apesar disso, o economista e sócio do Itaú Unibanco não alterou a projeção do resultado fiscal para 2015.
Goldfajn continua confiando na superação do déficit primário de 0,63% do PIB em 2014 e da conquista de um superávit primário de 1,2% do PIB neste ano.
O motivo está no provável anúncio de mais medidas, que totalizariam uma contribuição de 0,5% do PIB no superávit, e na queda do PIB.
Ou seja, com a redução do Produto Interno Bruto, o governo teria um esforço um pouco menor para conter os gastos públicos de um lado e expandir a arrecadação do outro.
A previsão do Itaú Unibanco para o PIB de 2015 é de retração de 0,5%, sem considerar o efeito do racionamento de energia elétrica e de água que ainda não estão formalizados.
Considerando o uso controlado desses dois insumos básicos, o PIB tende a sofrer um recuo de 1% no ano, segundo estimativa do banco.
Goldfajn rejeita a tese de que a meta fiscal deve ser alterada.
Concorda que as condições macroeconômicas estão muito mais complicadas hoje do que estavam há dois meses quando a meta foi estipulada.
Mas ele argumenta que a mudança seria um erro.
"A gente pode dizer que seria legítimo (fazer a mudança dado o resultado fiscal de 2014 e a projeção de recuo no PIB em 2015) e caminhar para um downgrade (na nota de risco dos títulos soberanos das agências internacionais)", afirma.
"A meta fiscal não é só uma visão do que é um valor justo. Ela tem um propósito por trás", diz, lembrando a deterioração das contas públicas em um curto espaço de tempo.
Juros
Apesar de ter alterado a projeção do IPCA em 2015 para 7,4% e de "não ver a inflação chegando a 4,5% em 2016", como insiste em dizer o Banco Central, Goldfjan não alterou a projeção da Selic para o fim de 2015.
A previsão ainda é de 12,5% ao ano.
A política monetária enfrenta sinais fortes e divergentes. De um lado, o PIB cadente sugere um fim breve para o aperto monetário; do outro, o dólar caro indica inflação mais alta.
"(A execução das políticas) fiscal e monetária ficaram mais difíceis esse ano", diz.
São Paulo - As condições para o governo federal cumprir a meta de superávit primário ficaram muito mais duras, mas a meta não deve ser alterada.
A avaliação é do economista-chefe do Itaú Unibanco , Ilan Goldfajn.
Os agentes do mercado financeiro já começam a desacreditar no sucesso da equipe econômica em cumprir a proposta anunciada ainda em dezembro, na avaliação de Goldfajn.
Apesar disso, o economista e sócio do Itaú Unibanco não alterou a projeção do resultado fiscal para 2015.
Goldfajn continua confiando na superação do déficit primário de 0,63% do PIB em 2014 e da conquista de um superávit primário de 1,2% do PIB neste ano.
O motivo está no provável anúncio de mais medidas, que totalizariam uma contribuição de 0,5% do PIB no superávit, e na queda do PIB.
Ou seja, com a redução do Produto Interno Bruto, o governo teria um esforço um pouco menor para conter os gastos públicos de um lado e expandir a arrecadação do outro.
A previsão do Itaú Unibanco para o PIB de 2015 é de retração de 0,5%, sem considerar o efeito do racionamento de energia elétrica e de água que ainda não estão formalizados.
Considerando o uso controlado desses dois insumos básicos, o PIB tende a sofrer um recuo de 1% no ano, segundo estimativa do banco.
Goldfajn rejeita a tese de que a meta fiscal deve ser alterada.
Concorda que as condições macroeconômicas estão muito mais complicadas hoje do que estavam há dois meses quando a meta foi estipulada.
Mas ele argumenta que a mudança seria um erro.
"A gente pode dizer que seria legítimo (fazer a mudança dado o resultado fiscal de 2014 e a projeção de recuo no PIB em 2015) e caminhar para um downgrade (na nota de risco dos títulos soberanos das agências internacionais)", afirma.
"A meta fiscal não é só uma visão do que é um valor justo. Ela tem um propósito por trás", diz, lembrando a deterioração das contas públicas em um curto espaço de tempo.
Juros
Apesar de ter alterado a projeção do IPCA em 2015 para 7,4% e de "não ver a inflação chegando a 4,5% em 2016", como insiste em dizer o Banco Central, Goldfjan não alterou a projeção da Selic para o fim de 2015.
A previsão ainda é de 12,5% ao ano.
A política monetária enfrenta sinais fortes e divergentes. De um lado, o PIB cadente sugere um fim breve para o aperto monetário; do outro, o dólar caro indica inflação mais alta.
"(A execução das políticas) fiscal e monetária ficaram mais difíceis esse ano", diz.