Economia

Meta de inflação dá flexibilidade em meio a incertezas

A afirmação é de Márcio Holland, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, que defende a meta em 4,5% para 2013

De 2005 a 2010, só no ano passado a inflação não ficou abaixo do centro da meta (Divulgação/Banco Central)

De 2005 a 2010, só no ano passado a inflação não ficou abaixo do centro da meta (Divulgação/Banco Central)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2011 às 18h28.

Brasília – A manutenção da meta de inflação em 4,5% para 2013, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, dará flexibilidade ao governo, em meio às incertezas da economia internacional. A avaliação é do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland.

Ao anunciar a manutenção do percentual, o secretário afirmou que o regime de metas tem tido sucesso, apesar dos riscos de inflação para 2011 e 2012. “O regime de metas é estratégico para a política monetária e tem se mostrado exitoso. Desde 2005 a inflação está dentro da banda de tolerância", ressaltou.

De 2005 a 2010, a inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou abaixo do centro da meta em três anos: 2006, 2007 e 2009. Nos outros três anos, no entanto, o índice ficou acima de 4,5%, mas não ultrapassou o teto de 6,5%.

O secretário destacou que a pesquisa com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central todas as semanas prevê que o IPCA ficará dentro do intervalo da meta de 2011 e 2012. Ele admitiu, no entanto, que os riscos externos poderão interferir na inflação. "A determinação do governo é manter a inflação sob controle e enveredar esforços para menores inflações no futuro, mas o ambiente internacional não é o mais favorável", disse.

Os principais riscos para a inflação no futuro são os preços do petróleo e de alimentos e minérios com cotação internacional (commodities). Segundo Holland, também há menos otimismo em relação ao crescimento da economia global. “O ambiente internacional ainda inspira cuidados. Esperamos que os países da zona do euro superem suas dificuldades, e que o mercado americano também se recupere”, avaliou.

Para o secretário, a margem de tolerância de 2 pontos percentuais permitirá que o país absorva esses choques de preços sem o risco de estourar o teto da meta de inflação. “Essa decisão dá uma flexibilidade necessária e compatível com o potencial produtivo do país”, afirmou.

Com a manutenção, o centro da meta de inflação permanecerá em 4,5% pelo nono ano seguido. Desde 2005, o centro está fixado em 4,5%. A banda de dois pontos percentuais está em vigor desde 2006. Até o ano anterior, esse intervalo era 2,5 pontos.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralInflaçãoMercado financeiroPolítica monetária

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor