Economia

Mesmo com inflação sob controle, Copom vê "certos riscos"

Ata da última reunião, divulgada nesta quinta-feira (16/3), diz que é preciso cautela para sentir o impacto das últimas reduções da Selic sobre a inflação

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h44.

Apesar de diversos sinais positivos - como a queda da inflação em fevereiro e a recuperação industrial do último trimestre de 2005 - o Comitê de Política Econômica (Copom) deixou claro em ata, divulgada nesta quinta-feira (16/3) que ainda há "certos riscos", e por isso a equipe técnica optou por uma redução de apenas 0,75 ponto percentual na última reunião, que aconteceu na quarta-feira, dia 8.

No encontro, os membros do Copom divergiram sobre a Selic. Três deles sugeriram um corte um pouco mais agressivo, de 1 ponto percentual. Mas foram votos vencidos, já que a maioria (seis membros) votou pelo corte de 0,75.

A cautela falou mais forte. De acordo com a ata, os membros concordaram que é preciso esperar para avaliar o impacto dos cortes recentes na Selic sobre a trajetória de inflação. No entanto, considerando uma taxa de juros de 17,25% ao ano e um câmbio de 2,15 reais, o Banco Central acredita que a inflação ficará abaixo da meta para este ano, fixada em 4,5%.

"A convergência ininterrupta da inflação para a trajetória de metas e a resultante consolidação de um cenário de estabilidade macroeconômica duradoura contribuirão para a manutenção do processo de redução progressiva da percepção de risco macroeconômico que vem ocorrendo nos últimos anos. O espaço para que observemos juros reais menores no futuro continuará se consolidando de forma natural como conseqüência dessa melhora de percepção", diz a ata.

Desde a reunião anterior, em janeiro, os membros do Copom identificaram duas mudanças no que diz respeito aos mercados financeiros: uma delas é melhora do risco-país, que já está na base dos 200 pontos, refletindo a melhora da confiança do investidor estrangeiro. A segunda mudança é negativa. Os membros do Copom identificaram uma certa deterioração da liquidez internacional, associada ao aumento de incerteza sobre o futuro dos juros no G3 (Estados Unidos, União Européia e Japão). No entanto, a situação não deve comprometer a performance brasileira.

"O Copom permanece atribuindo baixa probabilidade a um cenário de deterioração significativa nos mercados financeiros internacionais, ou seja, suficiente para comprometer as condições de financiamento do País, ainda mais em face ao aumento da capacidade de resistência da economia brasileira a choques externos", diz a ata. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 18 e 19 de abril.

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