Economia

Merkel não descarta corte da dívida grega no futuro

Políticos da oposição têm acusado Merkel de subestimar a necessidade de uma redução da dívida grega em mãos de instituições públicas

A chanceler alemã, Angela Merkel, fala com a imprensa em Bruxelas (John Thys/AFP)

A chanceler alemã, Angela Merkel, fala com a imprensa em Bruxelas (John Thys/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2012 às 09h25.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, não descartou um "haircut" ou corte de parte da dívida grega nos próximos anos, em entrevista concedida ao jornal dominical alemão Bild am Sonntag. A afirmação sugere uma amenização do discurso da líder europeia.

Após se opor veementemente a um "haircut", Merkel disse à publicação que o corte poderia ser considerado a partir de 2014 se a situação financeira da Grécia melhorar. "Se a Grécia conseguir gerenciar sua receita sem cair em novas dívidas um dia, então devemos analisar a situação. Não é o caso antes de 2014/15 se tudo correr conforme o planejado", disse a chanceler.

Políticos da oposição têm acusado Merkel de subestimar a necessidade de uma redução da dívida grega em mãos de instituições públicas como outros governos da zona do euro e o Banco Central Europeu (BCE) em razão das eleições federais programadas para 22 de setembro.

Na entrevista, Merkel contestou que tenha recusado o "haircut" devido à proximidade das eleições. "O programa atual de auxílio à Grécia vai até 2014 e demos aos gregos mais dois anos de prazo até 2016 para que alcancem certas metas orçamentárias." Muitos na Alemanha consideram um corte da dívida grega inevitável.

Mas, na sexta-feira, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäeuble, disse que a especulação sobre um "haircut" enviou um "incentivo equivocado" à Grécia, porque reduziu a pressão sobre o governo de Atenas para realizar reformas econômicas estruturais.

Alguns países da zona do euro disseram que "não descartavam" a possibilidade de diminuir parte da dívida grega a partir de 2015. Merkel também afirmou que apoia sanções mais duras para nações endividadas da zona do euro. As informações são da Dow Jones.

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