Exame Logo

Merkel e Dilma em desacordo na política monetária

Rousseff reiterou seus "temores pela expansão monetária nos Estados Unidos e na Europa" em sua luta contra a crise da dívida

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2012 às 19h54.

Hannover - A chefe do governo alemão, Angela Merkel, assegurou nesta terça-feira que a presidente brasileira, Dilma Rousseff , garantiu que o Brasil contribuirá para fortalecer os fundos do FMI para ajudar a Zona Euro, apesar de ter criticado fortemente as políticas monetárias europeia e americana.

"Desde a cúpula do G20 de Cannes (novembro de 2011) dizemos que concordamos em participar com o aumento dos recursos do Fundo Monetário Internacional", disse Dilma em uma coletiva de imprensa, após uma visita conjunta ao salão tecnológico de Hannover (noroeste da Alemanha), em que o Brasil é o convidado de honra deste ano.

Apesar disso, a mandatária brasileira o condicionou a um "aumento da participação dos países emergentes" nos órgãos de direção da instituição em Washington.

Merkel não só não se opõe, como considera "muito natural" que seja reforçada a influência dos países emergentes no FMI, e ressaltou neste sentido que Alemanha e Brasil estão "em grande harmonia".

Mas esta harmonia não se aplica à política monetária, fortemente criticada pela presidente da sexta maior economia mundial, que em 2011 sofreu uma desaceleração em seu crescimento para fechar em 2,7% do PIB, devido à crise internacional.

Em 2012, a previsão é de um crescimento maior, entre 4% e 4,5%, e uma inflação de 4,5%.

Rousseff reiterou seus "temores pela expansão monetária nos Estados Unidos e na Europa" em sua luta contra a crise da dívida, ao considerar que os europeus estão fazendo "uma desvalorização artificial de sua moeda".


Isso prejudica os países emergentes, em particular o Brasil, cuja moeda se tornou um refúgio, valorizando-se fortemente em relação ao dólar e ao euro, o que penaliza suas exportações.

"O que o Brasil quer com isto é mostrar que está em marcha uma forma competitiva de proteção de mercado, que é a mudança (...) A mudança é hoje uma forma artificial de proteção do mercado", havia dito Dilma à imprensa.

Merkel disse "compreender essas preocupações" e assegurou que "se trata de uma medida temporária".

Desde o início da crise da dívida, o Banco Central Europeu (BCE) tem inundado os bancos da Zona Euro com liquidez, mantendo ao mesmo tempo as taxas de juros muito baixas em uma tentativa de reativar o crédito e a economia, fazendo que a moeda europeia seja menos atraente.

A chanceler alemã denunciou, no entanto, a tentação de responder a esta política mediante o "protecionismo", em uma referência direta ao recente aumento dos impostos pelo governo brasileiro para os veículos importados.

As duas mandatárias assinaram o livro de ouro digital do pavilhão da Microsoft durante a visita à Feira Internacional das Tecnologias da Informação e das Comunicações, a Cebit, em Hannover, um dos maiores eventos do mundo da informática que fecha suas portas no dia 10 de março.

Veja também

Hannover - A chefe do governo alemão, Angela Merkel, assegurou nesta terça-feira que a presidente brasileira, Dilma Rousseff , garantiu que o Brasil contribuirá para fortalecer os fundos do FMI para ajudar a Zona Euro, apesar de ter criticado fortemente as políticas monetárias europeia e americana.

"Desde a cúpula do G20 de Cannes (novembro de 2011) dizemos que concordamos em participar com o aumento dos recursos do Fundo Monetário Internacional", disse Dilma em uma coletiva de imprensa, após uma visita conjunta ao salão tecnológico de Hannover (noroeste da Alemanha), em que o Brasil é o convidado de honra deste ano.

Apesar disso, a mandatária brasileira o condicionou a um "aumento da participação dos países emergentes" nos órgãos de direção da instituição em Washington.

Merkel não só não se opõe, como considera "muito natural" que seja reforçada a influência dos países emergentes no FMI, e ressaltou neste sentido que Alemanha e Brasil estão "em grande harmonia".

Mas esta harmonia não se aplica à política monetária, fortemente criticada pela presidente da sexta maior economia mundial, que em 2011 sofreu uma desaceleração em seu crescimento para fechar em 2,7% do PIB, devido à crise internacional.

Em 2012, a previsão é de um crescimento maior, entre 4% e 4,5%, e uma inflação de 4,5%.

Rousseff reiterou seus "temores pela expansão monetária nos Estados Unidos e na Europa" em sua luta contra a crise da dívida, ao considerar que os europeus estão fazendo "uma desvalorização artificial de sua moeda".


Isso prejudica os países emergentes, em particular o Brasil, cuja moeda se tornou um refúgio, valorizando-se fortemente em relação ao dólar e ao euro, o que penaliza suas exportações.

"O que o Brasil quer com isto é mostrar que está em marcha uma forma competitiva de proteção de mercado, que é a mudança (...) A mudança é hoje uma forma artificial de proteção do mercado", havia dito Dilma à imprensa.

Merkel disse "compreender essas preocupações" e assegurou que "se trata de uma medida temporária".

Desde o início da crise da dívida, o Banco Central Europeu (BCE) tem inundado os bancos da Zona Euro com liquidez, mantendo ao mesmo tempo as taxas de juros muito baixas em uma tentativa de reativar o crédito e a economia, fazendo que a moeda europeia seja menos atraente.

A chanceler alemã denunciou, no entanto, a tentação de responder a esta política mediante o "protecionismo", em uma referência direta ao recente aumento dos impostos pelo governo brasileiro para os veículos importados.

As duas mandatárias assinaram o livro de ouro digital do pavilhão da Microsoft durante a visita à Feira Internacional das Tecnologias da Informação e das Comunicações, a Cebit, em Hannover, um dos maiores eventos do mundo da informática que fecha suas portas no dia 10 de março.

Acompanhe tudo sobre:Angela MerkelDilma RousseffFMIPersonalidadesPolítica monetáriaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame