Economia

Mercosul e UE anunciam avanços nas negociações e esperam concluir acordo rapidamente

Embora tenha elogiado os avanços nas negociações, o presidente Lula voltou a criticar o protecionismo dos europeus

Mercosul-UE: Presidente Lula ao lado de Ursula Von Der Leyen, presidente da Comissão Europeia (Ton Molina/Getty Images)

Mercosul-UE: Presidente Lula ao lado de Ursula Von Der Leyen, presidente da Comissão Europeia (Ton Molina/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 7 de dezembro de 2023 às 19h30.

Última atualização em 7 de dezembro de 2023 às 19h30.

O Mercosul e a União Europeia anunciaram "avanços consideráveis" nas negociações para criação da zona de livre comércio entre os blocos. A declaração conjunta foi divulgada nesta quinta-feira, 7, durante a Cúpula no Rio de Janeiro.

O comunicado era esperado como uma forma de sinalizar que houve avanços nas últimas semanas já que a esperada conclusão do acordo não veio. Segundo o texto, as negociações continuam com a expectativa de que, em breve, Mercosul e União Europeia possam alcançar um "acordo que seja mutuamente benéfico para ambas as regiões e que atenda às demandas e aspirações das respectivas sociedades".

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva relatou como as negociações foram intensificadas nos últimos dias e voltou a criticar o protecionismo dos europeus e o texto que "herdou" do governo Jair Bolsonaro.

O livre comércio entre Mercosul e União Europeia é discutido há duas décadas e está em fase de revisão técnica. De um lado, os europeus exigiram compromissos ambientais, cobrança que o Brasil vê como protecionismo verde. Do outro lado, o petista quer conter a entrada de empresas europeias nas compras do governo, que vê como um instrumento para fomentar a economia local.

Livre comércio com Cingapura

Enquanto o acordo com a União Europeia segue emperrado, o Mercosul assinou hoje o livre comércio com Cingapura - o primeiro em 12 anos. A negociação prevê a eliminação imediata das tarifas sobre os produtos que a cidade-Estado importa dos sul-americanos. Em contrapartida, o Mercosul vai isentar 95% das mercadorias de Cingapura de forma gradual.

O acordo foi descrito pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que acumula o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços como a "porta de entrada" para Ásia. E assinatura vem no momento em que o bloco é cobrado para ser mais dinâmico. Essa pressão vem especialmente do Uruguai, que quer fazer negócio com a China, mas enfrenta resistência dos outros países-membros do Mercosul (Brasil, Argentina e Paraguai).

Mercosul-UE

"A UE e o Mercosul estão engajados em discussões construtivas com vistas a finalizar as questões pendentes no âmbito do Acordo de Associação.

Nos últimos meses, registraram-se avanços consideráveis. As negociações prosseguem com a ambição de concluir o processo e alcançar um acordo que seja mutuamente benéfico para ambas as regiões e que atenda às demandas e aspirações das respectivas sociedades.

Com base nos avanços efetuados até a presente data nas negociações, ambas as partes esperam alcançar rapidamente um acordo que corresponda à natureza estratégica dos laços que as vinculam e à contribuição crucial que podem oferecer para enfrentar os desafios globais em áreas como o desenvolvimento sustentável, a redução das desigualdades e o multilateralismo".

Acompanhe tudo sobre:MercosulUnião EuropeiaLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor