Economia

Mercados do BRICs caem para o pior lugar entre investidores

A Índia registrou os piores resultados, seguida pelo Brasil, a Rússia e a China, conforme levantamento global feito pela Bloomberg


	A presidente Dilma Rousseff em encontro de chefes de Estado dos Brics em Doha: o Brasil foi mencionado por apenas 10% como o primeiro ou o segundo melhor mercado para 2014
 (REUTERS/Rogan Ward)

A presidente Dilma Rousseff em encontro de chefes de Estado dos Brics em Doha: o Brasil foi mencionado por apenas 10% como o primeiro ou o segundo melhor mercado para 2014 (REUTERS/Rogan Ward)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2013 às 11h33.

Cingapura - Pela primeira vez, as maiores nações em desenvolvimento têm as piores oportunidades no mercado já que o otimismo por um maior crescimento foi transferido para os EUA e a Europa, segundo uma pesquisa global da Bloomberg.

A Índia registrou os piores resultados, seguida pelo Brasil, a Rússia e a China, conforme mostrou um levantamento mundial com investidores, analistas e operadores assinantes da Bloomberg.

O número de entrevistados que considera a União Europeia uma das duas melhores oportunidades aumentou para 34 por cento – a melhor marca na pesquisa desde 2009. Os EUA registraram 51 por cento.

A perspectiva de uma menor liquidez global devido aos cortes no programa de compra de títulos da Reserva Federal dos Estados Unidos desatou a maior liquidação de divisas de mercados emergentes em cinco anos.

A rúpia indiana e a lira turca chegaram a seus valores mais baixos já registrados. O recuo enfatiza os desafios, como a excessiva dependência do crédito na China e o baixo investimento no Brasil, parte do grupo dos BRICs com a Índia e a Rússia.

“Os BRICs sempre serão atores secundários frente às economias desenvolvidas”, disse Ben Kelly, analista na Louis Capital Markets, em Londres, consultado pelo levantamento.

“A política monetária americana voltada para o crescimento permitiu aos países desenvolvidos prosperarem graças às taxas reais muito baixas ou negativas”, disse Kelly, referendo-se aos custos de tomar empréstimos ajustados pela inflação.

Agora que os EUA e “em certa medida a Europa estão começando a se estabilizar, talvez parte desse comércio se reverta e já vimos isso acontecer nos mercados de títulos”, afirmou Kelly.

O melhor mercado

O Brasil foi mencionado por apenas 10 por cento dos participantes da pesquisa como o primeiro ou o segundo melhor mercado para o ano próximo - em maio, 19 por cento tinham afirmado o mesmo. Ao contrário, 25 por cento disseram que será um dos dois piores mercados e 35 por cento escolheram a Índia que em maio tinha registrado 12 por cento.


Os consultados na Ásia foram mais baixistas quanto aos mercados dos BRICs do que os de fora do continente. Quarenta e quatro por cento dos clientes na Ásia afirmaram que a Índia está entre os piores mercados para investidores no próximo ano, comparados com 30 por cento nos EUA e 35 por cento na Europa. Quase um terço deles mencionaram a China como a pior escolha para os investidores frente a 22 por cento nos EUA e 23 por cento na Europa.

Os investidores nos EUA foram mais otimistas com seus próprios mercados. Cinquenta e sete por cento disseram que ofereciam as melhores oportunidades. Quarenta e sete por cento dos entrevistados europeus escolheram a UE. Os consultados asiáticos foram mais otimistas com o Japão do que aqueles de fora da região, por uma margem de dois a um.

Modelo em alteração

“A excessiva dependência da China no modelo de crescimento liderado por investimentos gerou uma rápida expansão das dívidas, um excesso de capacidade em indústrias com uso intensivo de capitais e um excesso de investimentos em infraestrutura”, disse o entrevistado Gregory Doger de Speville, analista na Fleming SG Capital Pty em Perth, Austrália. “O mercado continuará volátil até que os investidores se acostumem com um crescimento mais lento e com uma mudança na estrutura econômica”.

A economia japonesa está se recuperando, mas o levantamento mostra que o Banco do Japão é visto como o mais propenso entre os principais Bancos Centrais a desistir de aumentar as taxas de juros.

Aproximadamente 56 por cento dos consultados afirmam que seu presidente, Haruhiko Kuroda, evitará aumentar os custos de tomar empréstimos pelo menos até o segundo semestre de 2015, frente a 28 por cento para o Fed e 50 por cento para o Banco Central Europeu.

A pesquisa com 900 assinantes da Bloomberg foi realizado pela Selzer Co.,uma companhia sediada em Des Moines, Iowa. Sua margem de erro é de 3,3 pontos percentuais para mais ou para menos.

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