Exame Logo

Mercado se ajusta ao nome de Nelson Barbosa

Projeção de dólar à vista é de alta e futuro, em baixa

Nelson Barbosa fala após reunião da coordenação política (Antonio Cruz/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2015 às 09h20.

São Paulo – O mercado de câmbio abriu a segunda-feira, 21, com o dólar futuro em queda, ajustando as cotações após o forte impacto negativo que a escolha de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda provocaram. No mercado à vista, que fechou na sexta-feira, antes da indicação ser confirmada, a moeda começou a sessão em alta. Às 9h17, o dólar para janeiro recuava 0,21%, a R$ 3,9890 e o dólar à vista era cotado em R$ 3,9777 (+0,41%). Ainda assim, a firmeza de qualquer trajetória parece pouco provável e a volatilidade tende a ser forte.

De acordo com operadores, o espaço para um retorno das cotações viria do fato de que Barbosa era uma possibilidade já considerada e "um dos menos piores" entre os cogitados para substituir Levy. Por outro lado, o que desagrada ao mercado e ainda pode provocar pressões e volatilidade nas cotações do dólar é o fato de que o economista que está deixando o Planejamento tem tom mais desenvolvimentista e é afinado com o PT. Assim, o mercado teme que ele recoloque na condução do País a chamada Nova Matriz Econômica que pautou o mandato de Guido Mantega.

Em sua primeira entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, e ao jornal O Estado de S. Paulo, neste fim de semana, no entanto, Barbosa disse que não gosta desses rótulos e que suas ações mostrarão melhor o seu propósito de colocar as contas públicas em ordem e garantir a retomada do crescimento. Ou seja, o futuro dirá quem está com a razão, como o próprio ministro afirmou.

De acordo com um operador é possível até que o novo ministro, justamente por ter a simpatia do PT, encontre mais espaço para trabalhar e isso seria positivo. No entanto, há que lembrar que a pressão do partido da presidente Dilma Rousseff por mudanças e aproximação dos movimentos sociais deve continuar forte e que há um processo de impeachment em curso. Assim, um eventual refresco para Barbosa pode não durar muito.

E, por falar em impeachment, o olhar dos investidores para a política continuará. A percepção dos operadores, no entanto, é de que a temperatura em Brasília pode ir diminuindo no decorrer da semana, com a proximidade do Natal. Mas a decisão final sobre o recesso tem potencial para gerar volatilidade. Isso se o governo ainda conseguir encurtar o período do recesso, o que parece pouco provável no momento.

Diante disso e do fato de o mercado considerar que, no exterior, a decisão do federal Reserve praticamente encerrou o ano, o foco, nesta segunda-feira, recairá sobre a reunião de Barbosa com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini e, principalmente, sobre sua teleconferência com investidores. A conferir.

Veja também

São Paulo – O mercado de câmbio abriu a segunda-feira, 21, com o dólar futuro em queda, ajustando as cotações após o forte impacto negativo que a escolha de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda provocaram. No mercado à vista, que fechou na sexta-feira, antes da indicação ser confirmada, a moeda começou a sessão em alta. Às 9h17, o dólar para janeiro recuava 0,21%, a R$ 3,9890 e o dólar à vista era cotado em R$ 3,9777 (+0,41%). Ainda assim, a firmeza de qualquer trajetória parece pouco provável e a volatilidade tende a ser forte.

De acordo com operadores, o espaço para um retorno das cotações viria do fato de que Barbosa era uma possibilidade já considerada e "um dos menos piores" entre os cogitados para substituir Levy. Por outro lado, o que desagrada ao mercado e ainda pode provocar pressões e volatilidade nas cotações do dólar é o fato de que o economista que está deixando o Planejamento tem tom mais desenvolvimentista e é afinado com o PT. Assim, o mercado teme que ele recoloque na condução do País a chamada Nova Matriz Econômica que pautou o mandato de Guido Mantega.

Em sua primeira entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, e ao jornal O Estado de S. Paulo, neste fim de semana, no entanto, Barbosa disse que não gosta desses rótulos e que suas ações mostrarão melhor o seu propósito de colocar as contas públicas em ordem e garantir a retomada do crescimento. Ou seja, o futuro dirá quem está com a razão, como o próprio ministro afirmou.

De acordo com um operador é possível até que o novo ministro, justamente por ter a simpatia do PT, encontre mais espaço para trabalhar e isso seria positivo. No entanto, há que lembrar que a pressão do partido da presidente Dilma Rousseff por mudanças e aproximação dos movimentos sociais deve continuar forte e que há um processo de impeachment em curso. Assim, um eventual refresco para Barbosa pode não durar muito.

E, por falar em impeachment, o olhar dos investidores para a política continuará. A percepção dos operadores, no entanto, é de que a temperatura em Brasília pode ir diminuindo no decorrer da semana, com a proximidade do Natal. Mas a decisão final sobre o recesso tem potencial para gerar volatilidade. Isso se o governo ainda conseguir encurtar o período do recesso, o que parece pouco provável no momento.

Diante disso e do fato de o mercado considerar que, no exterior, a decisão do federal Reserve praticamente encerrou o ano, o foco, nesta segunda-feira, recairá sobre a reunião de Barbosa com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini e, principalmente, sobre sua teleconferência com investidores. A conferir.

Acompanhe tudo sobre:EconomistasGoverno DilmaMercado financeiroMinistério da FazendaNelson Barbosa

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame