O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: analistas preveem agora que a economia irá expandir 1% neste ano, ante estimativa de 1,03% na semana anterior (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 08h28.
São Paulo - O mercado deu continuidade nesta segunda-feira ao ajuste de suas estimativas sobre o crescimento o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e no próximo, voltando a reduzir suas projeções, ao mesmo tempo em que elevou as previsões de inflação, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central.
Os analistas consultados preveem agora que a economia irá expandir 1,00 por cento neste ano, ante estimativa de 1,03 por cento na semana anterior. Para 2013, a expectativa caiu a 3,40 por cento, ante 3,50 por cento anteriormente. Essa foi a quinta semana seguida de redução de ambas as projeções.
Na sexta-feira, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) indicou que a economia brasileira iniciou o quarto trimestre acelerando o ritmo ao subir 0,36 por cento em outubro. Entretanto, isso não foi suficiente para sustentar a perspectiva de que a recuperação é permanente.
De qualquer forma, a aceleração em outubro reforça ainda mais a percepção de que a taxa básica de juros não será alterada tão cedo, o que se reflete na expectativa dos analistas consultados no Focus de que a Selic encerrará 2013 nos atuais 7,25 por cento.
Inflação
Já as contas para a inflação neste ano foram novamente elevadas, pela segunda semana seguida. Para 2012, a expectativa para o IPCA agora é de alta de 5,60 por cento, ante 5,58 por cento na pesquisa anterior.
Para 2013, a projeção foi também ligeiramente elevada para 5,42 por cento, ante 5,40 por cento projetados na semana anterior. Nos dois casos, as expectativas estão acima do centro da meta de inflação do governo de 4,5 por cento pelo IPCA.
Também a perspectiva para a inflação nos próximos 12 meses foi elevada, para 5,46 por cento ante 5,44 por cento anteriormente.
O governo tem defendido que a economia começou a ganhar tração neste fim de ano, depois de o PIB ter crescido apenas 0,6 por cento no terceiro trimestre, e que a inflação vai convergir para o centro da meta em 2013, ainda que de forma não linear.
Na semana passada, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a reforçar que a melhor estratégia para controlar a inflação é "a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado".
A pesquisa Focus mostrou também que o mercado manteve a previsão para o dólar tanto neste ano como no próximo em 2,08 reais.