Economia

Mercado eleva projeção para inflação este ano pela 11ª vez, a 6,86%

Segundo a mediana das projeções dos analistas consultados no Focus, o IPCA deve registrar alta em 2022 de 6,86%, contra avanço de 6,59% previsto na semana anterior

Essas leituras se dão em meio ao aumento das projeções também para a inflação dos preços administrados, a 6,03% e 4,52%, respectivamente, neste ano e no próximo (Leandro Fonseca/Exame)

Essas leituras se dão em meio ao aumento das projeções também para a inflação dos preços administrados, a 6,03% e 4,52%, respectivamente, neste ano e no próximo (Leandro Fonseca/Exame)

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Reuters

Publicado em 28 de março de 2022 às 10h53.

Última atualização em 28 de março de 2022 às 10h56.

O mercado deu seguimento à piora do cenário para a inflação no Brasil com a 11ª elevação seguida na projeção para o resultado do IPCA neste ano, aproximando-se de 7%, de acordo com pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira.

O horário de publicação do levantamento foi adiado pela segunda vez seguida nesta segunda. O BC ainda informou mais cedo o adiamento das divulgações de estatísticas relativas ao mês de fevereiro, inicialmente previstas para esta semana, pontuando que as novas datas de publicação serão informadas "oportunamente".

A autoridade monetária não informou de imediato as razões das mudanças. Sindicato de funcionários do BC tem afirmado que os incidentes são consequência da operação padrão dos servidores que pedem reajuste salarial.

Segundo a mediana das projeções dos analistas consultados no Focus, o IPCA deve registrar alta em 2022 de 6,86%, contra avanço de 6,59% previsto na semana anterior. Para 2023 a conta subiu em 0,05 ponto percentual, a 3,80%.

Essas leituras se dão em meio ao aumento das projeções também para a inflação dos preços administrados, a 6,03% e 4,52%, respectivamente, neste ano e no próximo. O levantamento anterior apontava avanços de 5,80% e 4,51% para os preços desse grupo.

O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Depois de o Banco Central elevar a Selic a 11,75% neste mês, em um dos mais fortes apertos monetários do mundo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o pico da inflação brasileira deve ocorrer em abril, tocando 11% no acumulado em 12 meses.

Ele também reforçou ser provável que a autoridade monetária esteja perto de encerrar seu ciclo de aperto monetário com uma taxa Selic de 12,75% em maio. Mas explicou que essa decisão pode ser repensada, com um ajuste adicional em junho, se a crise provocada pelo conflito na Ucrânia se agravar ou se houver alguma mudança brusca e não prevista no mercado.

Para a taxa básica de juros Selic, as estimativas permaneceram em 13,0% e 9,0% ao final de 2022 e 2023. Também não sofreu alteração o cenário para a atividade, com a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) permanecendo em 0,50% e 1,30%, respectivamente.

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