Mercado de carro sofre com falta de demanda, diz JAC Motors
Segundo presidente do Grupo SHC e JAC Motors Brasil, o cenário de incerteza atual acaba gerando um consumidor mais cauteloso nas compras de bens duráveis
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2014 às 15h21.
São Paulo - O presidente do Grupo SHC e JAC Motors Brasil, Sergio Habib, afirmou nesta segunda-feira, 5, que o problema enfrentado pelo mercado de automóveis no Brasil não é decorrente da falta de crédito, como faz parecer o governo quando pede aos bancos que libere mais financiamentos ao setor.
"O que gerou a queda do mercado nesse primeiro trimestre não foi falta de crédito . Foi falta de demanda", disse, ao participar do Workshop New New Comers Auto & Caminhões, promovido pela AutoData, na capital paulista.
Segundo o executivo, o cenário de incerteza atual acaba gerando um consumidor mais cauteloso nas compras de bens duráveis.
"O problema do mercado é falta de confiança. O pessoal está preocupado com o futuro e quem está preocupado não compra ou não troca de carro. O bem durável depende muito mais da confiança do que do preço", disse.
Ele reforçou que não é verdade que os bancos estão mais restritivos. Para Habib, tanto o governo quanto outros empresários do ramo que batem na tecla de falta de financiamento estão apostando em um discurso errado.
"Quem tem razão é o (Luiz Carlos) Trabuco (presidente do Bradesco). Ele falou que não é verdade (que os bancos estão emprestando menos). Tem crédito, tem tanto crédito quanto tinha há seis meses", reforçou.
De acordo com Habib, a concessão de crédito fez realmente o mercado "explodir" no passado, mas as restrições ao financiamento ocorreram em 2011.
"O mercado parou de crescer em 2012 e 2013 para se adaptar a essas regras mais restritivas. Hoje é muito difícil comprar carro sem entrada, mas já era assim há um ano", exemplifica.
O executivo pondera que a liberação de crédito para carro sem entrada e com prazo de cinco anos era uma operação muito arriscada para os bancos.
"Hoje a maioria das operações é 30% de entrada e saldo em quatro anos." Segundo ele, a avaliação se esse modelo é adequado deve ser feita pelo sistema bancário.
Para demonstrar que o cenário ligado ao financiamento não se alterou, Habib ressaltou ainda que a quantidade de fichas recusadas de concessão de crédito por parte dos bancos continua ao redor de 40%. "Essa quantidade está absolutamente estável."
Efeito Copa
O executivo diz ainda que a proximidade da Copa do Mundo também impacta diretamente na queda de vendas de veículos. Habib chama o efeito de "share of pocket", ou "market share do bolso".
"Tem muito gente comprando televisão cara para a Copa. Esse dinheiro que está sendo canalizado para o pessoal comprar televisão de R$ 3 mil a R$ 7 mil reais não está indo para a troca de carro", explica.
Segundo Habib, esse é um fenômeno temporário e sua duração vai depender do prazo do compromisso desses consumidores com esse tipo de compra.
"Se o pessoal comprou (parcelado) em três ou seis meses, o efeito vai durar mais uns três ou seis meses. Depois volta ao normal", avaliou.
O executivo, que prevê em 2014 uma queda por volta de 6% no mercado de automóveis, ponderou que o cenário não altera os planos da JAC Motors para o Brasil.
"No longo prazo não muda nada. Ninguém faz uma fábrica para um ano", diz, referindo-se à planta industrial da empresa que está sendo montada em Camaçari, na Bahia, e que deve entrar em funcionamento em 2015.
No curto prazo, entretanto, Habib afirma que o arrefecimento do mercado fez com que a empresa diminuísse em torno de 10% suas encomendas.
São Paulo - O presidente do Grupo SHC e JAC Motors Brasil, Sergio Habib, afirmou nesta segunda-feira, 5, que o problema enfrentado pelo mercado de automóveis no Brasil não é decorrente da falta de crédito, como faz parecer o governo quando pede aos bancos que libere mais financiamentos ao setor.
"O que gerou a queda do mercado nesse primeiro trimestre não foi falta de crédito . Foi falta de demanda", disse, ao participar do Workshop New New Comers Auto & Caminhões, promovido pela AutoData, na capital paulista.
Segundo o executivo, o cenário de incerteza atual acaba gerando um consumidor mais cauteloso nas compras de bens duráveis.
"O problema do mercado é falta de confiança. O pessoal está preocupado com o futuro e quem está preocupado não compra ou não troca de carro. O bem durável depende muito mais da confiança do que do preço", disse.
Ele reforçou que não é verdade que os bancos estão mais restritivos. Para Habib, tanto o governo quanto outros empresários do ramo que batem na tecla de falta de financiamento estão apostando em um discurso errado.
"Quem tem razão é o (Luiz Carlos) Trabuco (presidente do Bradesco). Ele falou que não é verdade (que os bancos estão emprestando menos). Tem crédito, tem tanto crédito quanto tinha há seis meses", reforçou.
De acordo com Habib, a concessão de crédito fez realmente o mercado "explodir" no passado, mas as restrições ao financiamento ocorreram em 2011.
"O mercado parou de crescer em 2012 e 2013 para se adaptar a essas regras mais restritivas. Hoje é muito difícil comprar carro sem entrada, mas já era assim há um ano", exemplifica.
O executivo pondera que a liberação de crédito para carro sem entrada e com prazo de cinco anos era uma operação muito arriscada para os bancos.
"Hoje a maioria das operações é 30% de entrada e saldo em quatro anos." Segundo ele, a avaliação se esse modelo é adequado deve ser feita pelo sistema bancário.
Para demonstrar que o cenário ligado ao financiamento não se alterou, Habib ressaltou ainda que a quantidade de fichas recusadas de concessão de crédito por parte dos bancos continua ao redor de 40%. "Essa quantidade está absolutamente estável."
Efeito Copa
O executivo diz ainda que a proximidade da Copa do Mundo também impacta diretamente na queda de vendas de veículos. Habib chama o efeito de "share of pocket", ou "market share do bolso".
"Tem muito gente comprando televisão cara para a Copa. Esse dinheiro que está sendo canalizado para o pessoal comprar televisão de R$ 3 mil a R$ 7 mil reais não está indo para a troca de carro", explica.
Segundo Habib, esse é um fenômeno temporário e sua duração vai depender do prazo do compromisso desses consumidores com esse tipo de compra.
"Se o pessoal comprou (parcelado) em três ou seis meses, o efeito vai durar mais uns três ou seis meses. Depois volta ao normal", avaliou.
O executivo, que prevê em 2014 uma queda por volta de 6% no mercado de automóveis, ponderou que o cenário não altera os planos da JAC Motors para o Brasil.
"No longo prazo não muda nada. Ninguém faz uma fábrica para um ano", diz, referindo-se à planta industrial da empresa que está sendo montada em Camaçari, na Bahia, e que deve entrar em funcionamento em 2015.
No curto prazo, entretanto, Habib afirma que o arrefecimento do mercado fez com que a empresa diminuísse em torno de 10% suas encomendas.