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Mercado corta estimativa de Selic a 9,75% no fim de 2012

A expectativa para a alta do IPCA em 2012 diminuiu a 5,49%, ante 5,56%, ao passo que o prognóstico em 12 meses cedeu a 5,47%, frente a 5,58% na semana anterior.

O BC vem reiterando que o ajuste moderado na taxa básica de juros é consistente com um cenário de convergência da inflação para o centro da meta em 2012 (Divulgação/Banco Central)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 14h43.

São Paulo - O mercado financeiro reduziu suas previsões para a Selic e a inflação em 2012, mostrou o relatório Focus do Banco Central (BC) nesta segunda-feira, que indicou ainda leve aumento nas estimativas para o crescimento da economia no próximo ano, alguns dias após o governo anunciar um pacote de estímulo econômico.

De acordo com o relatório, a expectativa para a taxa básica de juros, a Selic, para o final de 2012 caiu a 9,75 por cento ao ano, ante 10,00 por cento no documento anterior.

Tal movimento alinha-se ao cenário traçado pela curva futura de juros, que foi intensificado recentemente após recentes indicadores, como a produção industrial, sugerirem que a economia brasileira já sofre os efeitos do agravamento da crise internacional, sobretudo na zona do euro.

Para o analista de mercado da corretora Cruzeiro do Sul Jason Vieira, a redução nas expectativas para a Selic mostra que o mercado entende que o governo da presidente Dilma Rousseff tem como objetivo reduzir a taxa de juros no longo prazo. "Isso está norteando o mercado, mesmo com as medidas anunciadas pelo governo na semana passada", afirmou.

O relatório Focus desta segunda-feira é o primeiro a ser reportado após o Comitê de Política Monetária (Copom), sem surpresas, cortar o juro básico em 0,50 ponto percentual, para 11,00 por cento ao ano, na última quarta-feira . Também é o documento que antecede a divulgação da ata do Copom, na próxima quinta-feira, que detalhará os motivos que levaram o colegiado do BC a reduzir a Selic na semana passada.

IPCA, PIB e Câmbio

A agravamento da crise externa foi o motivo apontado pelo Banco Central (BC) para os três cortes de juros implementados no segundo semestre, que somaram 1,5 ponto percentual. O BC vem reiterando que o ajuste moderado na taxa básica de juros é consistente com um cenário de convergência da inflação para o centro da meta em 2012, algo que ainda é visto com alguma reticência por parte do mercado.

De todo modo, o Focus mostrou nova queda nas previsões para a inflação em 2012 e em 12 meses. A expectativa para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012 diminuiu a 5,49 por cento, ante 5,56 por cento, ao passo que o prognóstico para os próximos 12 meses cedeu a 5,47 por cento, frente a 5,58 por cento na semana anterior.


De acordo com a LCA Consultores, essa revisão para baixo decorreu principalmente da mudança na metodologia de cálculo do IPCA em 2012, detalhada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recentemente e que patrocinou queda nos contratos de juros futuros, pela avaliação de que as mudanças implicariam leituras de inflação menores no próximo ano.

"Este movimento de queda deverá persistir nas próximas semanas, à medida que o mercado incorpora a mudança de pesos na POF e as medidas de estímulo recém-divulgadas pelo governo (que terão impacto sobre a inflação de duráveis)", afirmou a equipe de economistas da LCA em relatório.

A estimativa para a inflação neste ano, por outro lado, sofreu leve acréscimo: de 6,49 por cento para 6,50 por cento, batendo o teto da meta do governo, que tem centro em 4,5 por cento e tolerância de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O prognóstico para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano voltou a cair, de 3,10 por cento para 3,09 por cento, mas a estimativa para 2012 subiu a 3,48 por cento, contra 3,46 por cento, alguns dias após o governo ter anunciado um pacote de medidas para impedir que a economia desfaleça.

Houve ainda mudanças na estimativa para a taxa de câmbio neste ano, que avançou a 1,79 real por dólar, ante 1,75 real no documento anterior, na primeira alta após sete semanas consecutivas mostrando estabilidade em 1,75 real. Para o final de 2012, no entanto, a previsão foi mantida em 1,75 real.

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De acordo com o relatório, a expectativa para a taxa básica de juros, a Selic, para o final de 2012 caiu a 9,75 por cento ao ano, ante 10,00 por cento no documento anterior.

Tal movimento alinha-se ao cenário traçado pela curva futura de juros, que foi intensificado recentemente após recentes indicadores, como a produção industrial, sugerirem que a economia brasileira já sofre os efeitos do agravamento da crise internacional, sobretudo na zona do euro.

Para o analista de mercado da corretora Cruzeiro do Sul Jason Vieira, a redução nas expectativas para a Selic mostra que o mercado entende que o governo da presidente Dilma Rousseff tem como objetivo reduzir a taxa de juros no longo prazo. "Isso está norteando o mercado, mesmo com as medidas anunciadas pelo governo na semana passada", afirmou.

O relatório Focus desta segunda-feira é o primeiro a ser reportado após o Comitê de Política Monetária (Copom), sem surpresas, cortar o juro básico em 0,50 ponto percentual, para 11,00 por cento ao ano, na última quarta-feira . Também é o documento que antecede a divulgação da ata do Copom, na próxima quinta-feira, que detalhará os motivos que levaram o colegiado do BC a reduzir a Selic na semana passada.

IPCA, PIB e Câmbio

A agravamento da crise externa foi o motivo apontado pelo Banco Central (BC) para os três cortes de juros implementados no segundo semestre, que somaram 1,5 ponto percentual. O BC vem reiterando que o ajuste moderado na taxa básica de juros é consistente com um cenário de convergência da inflação para o centro da meta em 2012, algo que ainda é visto com alguma reticência por parte do mercado.

De todo modo, o Focus mostrou nova queda nas previsões para a inflação em 2012 e em 12 meses. A expectativa para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012 diminuiu a 5,49 por cento, ante 5,56 por cento, ao passo que o prognóstico para os próximos 12 meses cedeu a 5,47 por cento, frente a 5,58 por cento na semana anterior.


De acordo com a LCA Consultores, essa revisão para baixo decorreu principalmente da mudança na metodologia de cálculo do IPCA em 2012, detalhada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recentemente e que patrocinou queda nos contratos de juros futuros, pela avaliação de que as mudanças implicariam leituras de inflação menores no próximo ano.

"Este movimento de queda deverá persistir nas próximas semanas, à medida que o mercado incorpora a mudança de pesos na POF e as medidas de estímulo recém-divulgadas pelo governo (que terão impacto sobre a inflação de duráveis)", afirmou a equipe de economistas da LCA em relatório.

A estimativa para a inflação neste ano, por outro lado, sofreu leve acréscimo: de 6,49 por cento para 6,50 por cento, batendo o teto da meta do governo, que tem centro em 4,5 por cento e tolerância de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O prognóstico para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano voltou a cair, de 3,10 por cento para 3,09 por cento, mas a estimativa para 2012 subiu a 3,48 por cento, contra 3,46 por cento, alguns dias após o governo ter anunciado um pacote de medidas para impedir que a economia desfaleça.

Houve ainda mudanças na estimativa para a taxa de câmbio neste ano, que avançou a 1,79 real por dólar, ante 1,75 real no documento anterior, na primeira alta após sete semanas consecutivas mostrando estabilidade em 1,75 real. Para o final de 2012, no entanto, a previsão foi mantida em 1,75 real.

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