Aloizio Mercadante defendeu a atuação do governo no câmbio (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2011 às 18h34.
Brasília - Durante a audiência na Comissão Geral da Câmara dos Deputados sobre a crise global, o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, reagiu às criticas do ex-ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega, que pouco antes comparou as medidas cambiais adotadas pelo governo no mercado de derivativos a uma espécie de "AI-5" financeiro. "O governo tinha que agir. Agiu com prudência e responsabilidade", disse. Mercadante acrescentou que o dólar estava "derretendo".
Na audiência, Mercadante afirmou que o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco do Brasil (BB) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) foram e serão decisivos para o enfrentamento da crise. Segundo ele, o Brasil tem no seu mercado interno o principal "patrimônio" para enfrentar a crise. "As medidas do ministro Mantega vão na direção correta. Temos que preservar o nosso mercado neste momento", argumentou.
Na avaliação de Mercadante, o Brasil não pode se acomodar com a ideia de que é um grande exportador de commodities. "Temos uma indústria moderna e é fundamental diversificar para que o Brasil avance para se transformar na 5ª economia do mundo", ressaltou.
Mercadante também rebateu a provocação do ex-ministro que, durante a audiência na Câmara, disse que a política econômica do governo Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula é continuação da do governo Fernando Henrique Cardoso. "A responsabilidade fiscal e metas de inflação foram boas coisas que o governo Lula soube aproveitar. Mas a política econômica não é a mesma", ponderou. Para Mercadante, a estabilidade econômica hoje é um valor nacional e "nunca esteve em questão no governo Lula".
"O Brasil abandonou o populismo econômico e medidas demagógicas. As conquistas são suprapartidárias, nacionais", disse. Para Mercadante, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi decisivo nessa mudança, e o Brasil vive hoje um "novo desenvolvimentismo", que reduziu a vulnerabilidade externa. "(O País) investiu na relação sul-sul e acertou em não incorporar a Alca. Os países que têm comércio com os EUA estão sofrendo mais", completou.