BC destaca crédito e nega medo de bolha imobiliária
Diretor do Banco Central observou que o sistema financeiro brasileiro é sólido, com capitalização média de 16,3% pelo Índice de Basileia
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2012 às 14h08.
Rio de Janeiro - O diretor de Política Monetária do Banco Central , Aldo Mendes, disse não ver risco de bolha imobiliária no país. "O crédito vem crescendo de forma sustentável e não me traz preocupação com bolha", disse. Mendes afirmou que a forma como o crédito é concedido no Brasil faz com que não haja riscos, explicando que a figura da securitização, que teria culminado da crise de 2008 nos Estados Unidos, é extremamente incipiente no país.
"Na medida em que (a securitização avançar no Brasil), isso será feito com segurança. O aprendizado dos outros países contribuirá para que tenhamos uma regulação de securitização bastante prudente", declarou em seminário sobre a crise global realizado nesta sexta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Sistema financeiro
Mendes observou que o sistema financeiro brasileiro é sólido, com capitalização média de 16,3% pelo Índice de Basileia. Para o diretor, o rebaixamento de bancos brasileiros pela agência classificadora de risco Moodys, anunciado na quarta-feira à noite, foi um "ajuste técnico" e não impacta a capacidade de "funding" das instituições.
Na palestra, Mendes apresentou dados de comparação internacional para mostrar que os bancos brasileiros apresentam solidez superior aos de outros países e destacou que o BC exige capitalização de 11%, enquanto as regras de Basileia preveem 8%. "Temos nível de capital acima do internacional, além de rigorosas regras de provisionamento, com liquidez acima do mínimo necessário", afirmou.
Segundo o diretor do BC, a autoridade monetária "roda" testes de estresse e sempre vê resultados positivos. O rebaixamento dos bancos pela Moody's, portanto, foi técnico. "Eles mudaram o padrão de mensuração, que agora diz que não dá para o rating ser muito maior do que o soberano. E nossos bancos estavam bem acima (do risco soberano), porque de fato têm bons e sólidos fundamentos", acrescentou.
Câmbio
Mendes comentou que o Brasil não tem metas fixadas para a taxa de câmbio. "Não existe qualquer taxa especifica ou banda de câmbio perseguida pelo Banco Central", disse, ao ser questionado se a instituição estaria abandonando o regime de câmbio flutuante, devido a suas atuações no mercado.
De acordo com ele, a atuação do BC mira as condição de funcionamento do mercado, como a boa condição de liquidez e a busca de que a volatilidade não seja elevada. "Estaremos fora ou dentro do mercado dependendo da liquidez", declarou. Mendes explicou que o BC entrará como comprador onde houver excesso de entrada de dólar: no mercado spot ou no de derivativos.
O diretor disse que a volatilidade é ruim para empresas que têm pagamentos ou recebimentos em dólar e acrescentou que a ideia da atuação do Banco Central é tornar o mercado "mais redondo". Ele reforçou ainda que a instituição continua com "compromisso estrito" com a meta de inflação e que o país deve seguir com a política fiscal baseada na lei de responsabilidade.
Rio de Janeiro - O diretor de Política Monetária do Banco Central , Aldo Mendes, disse não ver risco de bolha imobiliária no país. "O crédito vem crescendo de forma sustentável e não me traz preocupação com bolha", disse. Mendes afirmou que a forma como o crédito é concedido no Brasil faz com que não haja riscos, explicando que a figura da securitização, que teria culminado da crise de 2008 nos Estados Unidos, é extremamente incipiente no país.
"Na medida em que (a securitização avançar no Brasil), isso será feito com segurança. O aprendizado dos outros países contribuirá para que tenhamos uma regulação de securitização bastante prudente", declarou em seminário sobre a crise global realizado nesta sexta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Sistema financeiro
Mendes observou que o sistema financeiro brasileiro é sólido, com capitalização média de 16,3% pelo Índice de Basileia. Para o diretor, o rebaixamento de bancos brasileiros pela agência classificadora de risco Moodys, anunciado na quarta-feira à noite, foi um "ajuste técnico" e não impacta a capacidade de "funding" das instituições.
Na palestra, Mendes apresentou dados de comparação internacional para mostrar que os bancos brasileiros apresentam solidez superior aos de outros países e destacou que o BC exige capitalização de 11%, enquanto as regras de Basileia preveem 8%. "Temos nível de capital acima do internacional, além de rigorosas regras de provisionamento, com liquidez acima do mínimo necessário", afirmou.
Segundo o diretor do BC, a autoridade monetária "roda" testes de estresse e sempre vê resultados positivos. O rebaixamento dos bancos pela Moody's, portanto, foi técnico. "Eles mudaram o padrão de mensuração, que agora diz que não dá para o rating ser muito maior do que o soberano. E nossos bancos estavam bem acima (do risco soberano), porque de fato têm bons e sólidos fundamentos", acrescentou.
Câmbio
Mendes comentou que o Brasil não tem metas fixadas para a taxa de câmbio. "Não existe qualquer taxa especifica ou banda de câmbio perseguida pelo Banco Central", disse, ao ser questionado se a instituição estaria abandonando o regime de câmbio flutuante, devido a suas atuações no mercado.
De acordo com ele, a atuação do BC mira as condição de funcionamento do mercado, como a boa condição de liquidez e a busca de que a volatilidade não seja elevada. "Estaremos fora ou dentro do mercado dependendo da liquidez", declarou. Mendes explicou que o BC entrará como comprador onde houver excesso de entrada de dólar: no mercado spot ou no de derivativos.
O diretor disse que a volatilidade é ruim para empresas que têm pagamentos ou recebimentos em dólar e acrescentou que a ideia da atuação do Banco Central é tornar o mercado "mais redondo". Ele reforçou ainda que a instituição continua com "compromisso estrito" com a meta de inflação e que o país deve seguir com a política fiscal baseada na lei de responsabilidade.