Graças ao crescimento das exportações, a economia brasileira realizou, em pouco mais de cinco anos, um ajuste da conta corrente de 5,8 pontos percentuais, o equivalente a 31,1 bilhões de dólares. De acordo com relatório Focus publicado hoje (28/5) pelo Banco Central (BC), a conta corrente saiu de um déficit de 4,7% do PIB em 1999 para um superávit de 1,1%, nos 12 meses encerrados em abril de 2004. No mesmo intervalo, as exportações passaram de 8,9% do PIB para 15,3%.

Tal melhora, afirma o relatório, trouxe alívio em termos de necessidade de financiamento externo, ou a diferença entre o saldo em conta corrente e o investimento direto estrangeiro (IDE). Isso vem ocorrendo ainda que o IDE atual, pela redução das oportunidades de privatização, seja equivalente a menos de um terço do obtido em 2000. Nos 12 meses terminados em abril de 2004, somou 10,5 bilhões de dólares.

O bom desempenho das exportações, prossegue o estudo, se deu pela depreciação da taxa de câmbio real, a partir de janeiro de 1999, e pela maior diversificação de mercados e produtos.

Assim, o pagamento de juros e a dívida externa líquida total, em proporção às exportações, devem fechar o ano em níveis próximos à metade dos registrados em 1999, ou os menores patamares desde 1996, conclui o BC.

Indicadores de Endividamento Externo: 1996-2004
		1996	1997	1998	1999	2000	2001	2002	2003	2004*
Juros pagos/ exportações (%)		26,7	27,2	31,0	36,4	31,0	30,3	25,3	21,0	19,9
Dívida total líquida/ PIB (%)		12,1	15,2	20,9	32,5	28,4	31,9	35,9	30,6	26,0
Dívida total líquida/exportações		2,0	2,3	3,2	3,6	3,1	2,8	2,7	2,1	1,8
*projeção do Banco Central
Fonte: Focus/Banco Central