Meirelles: Privatizar Sabesp já é consenso, mas União precisará ajudar
Para ter sucesso em seu plano, o governo paulista precisa da aprovação de uma MP sobre regulação do setor para viabilizar a venda da estatal
Clara Cerioni
Publicado em 11 de março de 2019 às 15h23.
Última atualização em 11 de março de 2019 às 15h25.
O governo de São Paulo chegou a um consenso de que o melhor a se fazer neste momento é privatizar a Sabesp , disse o secretário de Fazenda do Estado e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles , em entrevista em São Paulo.
Para ter sucesso em seu plano, no entanto, o governo paulista conta com o apoio do governo federal para que seja aprovada a Medida Provisória 868, que retira a vantagem competitiva de estatais ao transferir para União o poder de regulação do setor e é vista como necessária para viabilizar a venda da Sabesp.
“As pessoas com quem eu falei em Brasília se mostraram dispostas a ajudar na aprovação da medida”, disse Meirelles.
Sem a MP, que precisa ser votada ainda neste semestre sob pena de perder a validade, Meirelles afirma que ainda assim seria possível privatizar a empresa, mas que novas conversas seriam necessárias.
“Aí teremos que ver se o melhor caminho continua sendo a privatização ou se será melhor fazer uma capitalização na empresa”, disse.
Nas últimas semanas, a indecisão do governo sobre o futuro da empresa gerou volatilidade nas ações. Segundo o analista do JPMorgan, Henrique Peretti, o papeis poderiam ser negociados na casa dos R$ 40 caso a cia. seja capitalizada, mas devem mudar de patamar caso a escolha seja pela privatização, para algo entre R$ 48,5 e R$ 62, de acordo com nota do banco publicada em 6 de fevereiro. Na sexta-feira, as ações fecharam a R$ 39,21.
O governo de São Paulo também começou conversas sobre a renovação de concessões de algumas rodovias estaduais. “Queremos ver quem tem interesse em renovar antes do fim da concessão e quem não tem”, afirmou Meirelles.
O secretário reforçou ainda os planos do Estado de iniciar a privatização de presídios, como acontece em outros países, e de outras empresas menores, como a EMAE, empresa de água e energia do estado.