Meirelles minimiza problemas da alta de juros nos EUA
Ministro da Fazenda diz que melhora na economia brasileira vai compensar subida do juro americano
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2016 às 09h36.
Hangzhou, China - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos , Jack Lew, teria demonstrado "admiração" com a recuperação dos índices de confiança na economia brasileira durante reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles . No encontro, Lew e Meirelles debateram a situação das duas economias e, segundo o brasileiro, não houve avaliação sobre a alta dos juros norte-americanos. Meirelles, porém, minimiza potenciais problemas gerados por essa decisão amplamente esperada e avaliou que a melhora da economia brasileira "mais que compensa" eventuais reações geradas pela decisão nos EUA.
"Lew expressou admiração pela velocidade da recuperação da confiança no Brasil, principalmente do consumidor, da indústria, do comércio e dos serviços", disse Meirelles após o encontro bilateral de pouco mais de 30 minutos que foi solicitado pelo norte-americano. O secretário dos EUA também citou como positiva a recuperação da confiança dos investidores internacionais expressa pela queda dos indicadores de risco, como os contratos CDS. "O que, portanto, mostra que há confiança muito grande no que vai ser feito e, mesmo quando era um governo interino, a confiança foi concretizada com aumento de investimentos", disse Meirelles.
Segundo Meirelles, a política monetária dos EUA não foi debatida na conversa com Lew - já que o tema é de responsabilidade do Federal Reserve. "A minha opinião sobre os juros americanos é que vai ser processo gradual (de alta), já anunciado há muito tempo. É processo muito anunciado e bastante moderado", disse.
Questionado sobre eventuais problemas econômicos no Brasil gerados pela alta nos EUA, Meirelles avalia que o quadro doméstico vai anular eventual impacto negativo vindo do exterior. "A subida do juro americano será muito fortemente contrabalançada pela melhora da situação do Brasil. A melhora do risco país, a melhora do ambiente, da perspectiva da economia brasileira. Então, não devemos olhar apenas o fator internacional", disse.
Para Meirelles, a alta dos juros nos EUA é uma medida que parece necessária, mas não representará mudança drástica da liquidez disponível. "Eu acho que existe uma ampla liquidez internacional e que certa contração me parecerá modesta", disse Meirelles. "Não é que já temos pouca liquidez", completou. "Aliás, eu acho que está na hora de subida de juros na economia americana. Eu acho que liquidez excessiva por período excessivamente prolongado pode levar a bolha de ativos e problemas que podem levar a ajustes no futuro", disse. "Acho tranquilizador que o BC americano não queira correr riscos excessivos nem esteja com pressa".
"Ele (Jack Lew) expressou grau de tranquilidade muito grande com a manutenção do crescimento americano e com o nível de equilíbrio da economia americana", disse Meirelles. O ministro comentou, ainda, que o secretário dos EUA demonstrou "visão bastante positiva" sobre a evolução da economia mundial. "É a visão de que não há crescimento extraordinário equivalente a períodos de euforia, mas há visão de crescimento sólido", disse Meirelles.
Hangzhou, China - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos , Jack Lew, teria demonstrado "admiração" com a recuperação dos índices de confiança na economia brasileira durante reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles . No encontro, Lew e Meirelles debateram a situação das duas economias e, segundo o brasileiro, não houve avaliação sobre a alta dos juros norte-americanos. Meirelles, porém, minimiza potenciais problemas gerados por essa decisão amplamente esperada e avaliou que a melhora da economia brasileira "mais que compensa" eventuais reações geradas pela decisão nos EUA.
"Lew expressou admiração pela velocidade da recuperação da confiança no Brasil, principalmente do consumidor, da indústria, do comércio e dos serviços", disse Meirelles após o encontro bilateral de pouco mais de 30 minutos que foi solicitado pelo norte-americano. O secretário dos EUA também citou como positiva a recuperação da confiança dos investidores internacionais expressa pela queda dos indicadores de risco, como os contratos CDS. "O que, portanto, mostra que há confiança muito grande no que vai ser feito e, mesmo quando era um governo interino, a confiança foi concretizada com aumento de investimentos", disse Meirelles.
Segundo Meirelles, a política monetária dos EUA não foi debatida na conversa com Lew - já que o tema é de responsabilidade do Federal Reserve. "A minha opinião sobre os juros americanos é que vai ser processo gradual (de alta), já anunciado há muito tempo. É processo muito anunciado e bastante moderado", disse.
Questionado sobre eventuais problemas econômicos no Brasil gerados pela alta nos EUA, Meirelles avalia que o quadro doméstico vai anular eventual impacto negativo vindo do exterior. "A subida do juro americano será muito fortemente contrabalançada pela melhora da situação do Brasil. A melhora do risco país, a melhora do ambiente, da perspectiva da economia brasileira. Então, não devemos olhar apenas o fator internacional", disse.
Para Meirelles, a alta dos juros nos EUA é uma medida que parece necessária, mas não representará mudança drástica da liquidez disponível. "Eu acho que existe uma ampla liquidez internacional e que certa contração me parecerá modesta", disse Meirelles. "Não é que já temos pouca liquidez", completou. "Aliás, eu acho que está na hora de subida de juros na economia americana. Eu acho que liquidez excessiva por período excessivamente prolongado pode levar a bolha de ativos e problemas que podem levar a ajustes no futuro", disse. "Acho tranquilizador que o BC americano não queira correr riscos excessivos nem esteja com pressa".
"Ele (Jack Lew) expressou grau de tranquilidade muito grande com a manutenção do crescimento americano e com o nível de equilíbrio da economia americana", disse Meirelles. O ministro comentou, ainda, que o secretário dos EUA demonstrou "visão bastante positiva" sobre a evolução da economia mundial. "É a visão de que não há crescimento extraordinário equivalente a períodos de euforia, mas há visão de crescimento sólido", disse Meirelles.