Meirelles: segundo ele, a equipe econômica apresentou uma proposta técnica, mas que não constitui uma imposição (Nacho Doce/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 19h01.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a defender a reforma da Previdência como caminho para reequilibrar as contas públicas - fundamental para a retomada da economia - e afirmou que o governo está aberto a debater a proposta de mudanças na aposentadoria no Congresso.
"Essa é uma proposta para início de debate e vamos debater (...) Quanto mais amplo o debate, melhor. Por isso, estou aqui", comentou o ministro durante encontro com sindicalistas no qual apresentou a matéria.
Segundo ele, a equipe econômica apresentou uma proposta técnica, mas que não constitui uma imposição.
Meirelles destacou que a proposta de reforma previdenciária representa o inicio de uma conversa "calma, tranquila e importante" com a sociedade.
Também assinalou que o governo tem feito sua parte para conter a evolução das despesas públicas - citando a proposta de emenda constitucional (PEC), a ser votada no Senado, que limita os gastos públicos.
Contudo, repetiu que a PEC não vai funcionar por muito tempo sem a reforma da Previdência.
O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, defendeu nesta terça-feira, 6, maior diálogo em torno da reforma da Previdência e criticou a idade mínima de aposentadoria de 65 anos estabelecida na proposta encaminhada pelo governo ao Congresso.
Em encontro com Meirelles, Patah, ao citar suas críticas ao projeto, cobrou ainda, em "primeiro lugar", uma Previdência única e sem privilégios.
Nesse momento, foi aplaudido pelos sindicalistas presentes na reunião, realizada na sede da entidade no centro da capital paulista.
"A unificação dos regimes previdenciários é a única questão que valorizamos e aceitamos", afirmou o presidente da UGT, que representa, principalmente, trabalhadores dos setores de comércio e serviços.
Patah lembrou que o encontro marca a primeira reunião da equipe econômica do governo Temer com os trabalhadores.
Segundo ele, embora a Previdência precise de ajustes - de forma que não faltem recursos para pagar aposentados -, a reforma não pode se dar de forma açodada.
O sindicalista pediu diálogo com a sociedade, em especial com o movimento sindical. Também frisou que a idade mínima de 65 anos prejudica populações de alguns Estados do Nordeste cuja expectativa de vida é de 67 ou 68 anos.
Diferentemente da proposta de emenda constitucional que estabelece um teto aos gastos públicos, Patah considerou que a reforma da Previdência toca numa questão mais sensível, por envolver o sonho de milhões de brasileiros.