Meirelles diz que não há vitórias e derrotas dentro do governo
Meirelles afirmou ainda que é "pouco relevante" o fato de o senador Romero Jucá ter divulgado a ampliação do déficit fiscal antes da coletiva
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 21h57.
Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles , disse que não há divisão dentro do governo em relação à meta fiscal. Ele afirmou que não houve debates acalorados entre as áreas do governo, nem ataques.
"Fizemos um estudo na área econômica e levamos ao presidente Michel Temer, que aprovou. É uma mudança de meta técnica, dentro da realidade. Não houve derrotados nem vitoriosos", afirmou.
Meirelles afirmou ainda que é "pouco relevante" o fato de o senador Romero Jucá (PMDB-RR) ter divulgado a ampliação do déficit fiscal antes da coletiva da equipe econômica.
O ministro também disse que não houve erro na previsão da meta de 2017, mas que a revisão é necessária por conta da queda na arrecadação e da projeção de inflação e que seria negativo já anunciar desde o ano passado um déficit maior.
"O País tem que ter um déficit menor possível e um controle rígido de despesas. Temos que ter uma meta com resultado possível dentro dessa situação fiscal que foi construída ao longo do tempo", acrescentou.
Meirelles lembrou que a S&P divulgou a revisão da nota do Brasil e reafirmou o rating BB.
Aperto
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, minimizou as divergências dentro do governo na discussão das novas metas e disse que isso não representa um constrangimento para o governo.
"É evidente que se você perguntar no governo, as pessoas terão opiniões divergentes. Não quer dizer que essas pessoas participem do debate", afirmou.
Dyogo ressaltou que, sem a aprovação das reformas propostas, a situação fiscal ficará ainda pior. E que a situação atual é "complexa" e "extremamente grave". "Faço questão de reafirmar para que não nos habituemos a um déficit dessa magnitude e achemos que é normal. Não é", completou.
Segundo o ministro, serão liberados de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões para atendimento dos órgãos assim que a mudança da meta for aprovada.
"Desde o primeiro momento nossa avaliação era de que não era viável manter o contingenciamento de R$ 45 bilhões", completou.