Economia

Meirelles diz que governo quer criar depósito remunerado no BC

A intenção, segundo o ministro, é permitir à autoridade monetária o recebimento de recursos dos bancos para enxugar liquidez do mercado

BC: Meirelles explicou que hoje o Banco Central regula a liquidez do mercado por meio de operações compromissadas (Ueslei Marcelino/Reuters)

BC: Meirelles explicou que hoje o Banco Central regula a liquidez do mercado por meio de operações compromissadas (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2017 às 15h58.

Porto Alegre - O governo quer propor que o Banco Central (BC) possa receber depósitos remunerados voluntários dos bancos, disse nesta sexta-feira, 10, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Segundo ele, o projeto está em andamento e vai ajudar na melhor gestão da dívida pública brasileira.

A intenção, segundo o ministro, é permitir à autoridade monetária o recebimento de recursos dos bancos para enxugar liquidez do mercado e remunerá-los por isso. Hoje, esse depósito voluntário de valores não é possível.

Meirelles explicou que hoje o Banco Central regula a liquidez do mercado por meio de operações compromissadas, com lastro em títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, o que contribui para elevar o endividamento público.

"Você não precisa de um título do Tesouro para dar lastro. A ideia é criar o depósito remunerado no Banco Central", disse em almoço na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).

A proposta de criação do depósito remunerado já havia sido apresentada pelo ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa. Seria um instrumento alternativo de política monetária, além das próprias compromissadas.

Meirelles disse ainda que o governo está discutindo a relação entre o BC e o Tesouro. A ideia, segundo apresentação do ministro, é "eliminar o financiamento" do Tesouro Nacional pelo BC por conta da valorização das reservas, bem como reduzir os aportes do Tesouro ao Banco Central.

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