EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Porto Alegre - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu nesta terça-feira a taxa de juros como o instrumento mais eficaz e imediato para controle da inflação e criticou a defesa de medidas que, segundo ele, não teriam efeito rápido.
Ainda, destacou que qualquer decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) será para manter a inflação estabilizada.
Meirelles disse que há uma série de fatores que podem ajudar no controle da inflação a médio e longo prazo.
"O problema é quando nos fixamos nestas questões ideais ou no que deveria ser e deixamos de controlar a inflação pelo instrumento que tem resposta rápida em curto prazo e funciona muito bem que é a taxa de juros", argumentou.
Para Meirelles, o Brasil foi "campeão" de tentativas de controle de inflação que teriam fracassado por estarem voltadas às conseqüências e não às causas da inflação.
Ele ressaltou, contudo, que "o importante é que a inflação está na meta para os próximos 12 meses e na meta para 2011, que é o nosso intervalo relevante de planejamento".
Corrigir desequilíbrios
O presidente do BC disse acreditar que há apenas duas saídas para corrigir o desequilíbrio provocado por uma diferença persistente da demanda em relação à oferta: inflação ou a intervenção do BC para manter a situação sob controle e cortar "apenas o excesso".
Ele também reforçou que as decisões do Copom miram a manutenção do controle da inflação. "Qualquer decisão será para manter a inflação estabilizada. Inflação estabilizada é inflação na meta."
Meirelles ainda reiterou não temer que medidas como a elevação da taxa Selic possam ter efeitos negativos em ano eleitoral. "Hoje a maioria do eleitorado e da população brasileira já sabe que o problema é a inflação."
Ele também sugeriu que um aumento na Selic não representaria prejuízo ao desenvolvimento do país. "Nos últimos anos, a previsibilidade sobre a inflação está aumentando e o risco está diminuindo."
O titular da autoridade monetária ainda defendeu a autonomia do BC como fator fundamental para a estabilidade econômica do país. Para ele, expectativa de inflação e incerteza quanto ao comando do BC impactariam negativamente a manutenção da tendência de queda nos juros, pois prejudicariam a credibilidade do sistema.