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Meirelles defende autonomia e pagamento de dividendos na Petrobras

O ex-presidente do Banco Central participou do evento Casa Lide, na Faria Lima, que contou com a presença de Roberto Campos Neto

Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro (MAURO PIMENTEL/Getty Images)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 5 de abril de 2024 às 16h45.

Última atualização em 5 de abril de 2024 às 17h01.

O ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles disse, em conversa com jornalistas nesta sexta-feira, que a Petrobras deve ser gerenciada como uma empresa, o que incluiria a distribuição de dividendos entre seus acionistas.

Ele ainda afirmou que, embora o governo seja o maior acionista da companhia, não é o único. A declaração foi dada após seminário na Casa Lide, na Faria Lima, que contou com a presença do atual presidente da autoridade, Roberto Campos Neto, e empresários:

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"Eu acredito na autonomia da Petrobras. Eu acho que tem de ser gerenciada como uma empresa e tem de dividir dividendos entre seus acionistas. O governo é o maior acionista, mas não é o único. É importante que a empresa, para a capacidade de investimento futuro, não seja usada politicamente", disse.

Meirelles também se posicionou favorável à autonomia financeira do BC, pauta defendida publicamente por Campos Neto. Em palestra realizada no mês passado, o atual presidente da autarquia disse que esse seria um passo natural, já que 90% dos bancos centrais com autonomia operacional ao redor do mundo têm também autonomia financeira.

Em entrevista à Miriam Leitão, Campos Neto disse que o BC estava perdendo sete funcionários por dia, contratados por bancos para outras atividades, por conta do salário defasado.

Para Meirelles, a autonomia financeira seria importante por tornar o Banco Central equivalente a uma empresa pública, com liberdade para avaliar e remunerar seus funcionários.

"O Brasil, particularmente o passado recente, mostra quão importante é a independência do BC, na medida em que é normal [...] que os políticos tenham tendência a tentar influenciar as questões do BC com cálculos mais ou menos imediatistas. Agora, a independência financeira eu acho importante, porque ela dá ao Banco Central, que seria equivalente a uma empresa pública, a capacidade de fazer a avaliação e o pagamento de seus funcionários."

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