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Medida do BCE na próxima semana depende de queda na inflação

Medida de política monetária só deve ser adotada caso dados mostrem que a zona do euro está afundando de maneira significativa rumo à deflação

BCE: dados provavelmente vão levar a discussões agitadas na reunião de política do dia 4 de setembro (Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2014 às 12h25.

Frankfurt - O Banco Central Europeu ( BCE ) não deve adotar nova medida de política monetária na próxima semana a não ser que os dados de inflação de agosto, que serão divulgados na sexta-feira, mostrem que a zona do euro está afundando de maneira significativa rumo à deflação, disseram fontes do BCE.

As especulações têm aumentado desde que o presidente do BCE, Mario Draghi, adotou um tom "dovish" no encontro anual de bancos centrais mundiais em Jackson Hole, na semana passada, ao sinalizar que o BCE poderia estar perto de optar pelo "quantitative easing" (QE) --impressão de dinheiro para comprar ativos. Afastando-se de seu texto original de discurso, Draghi destacou em Jackson Hole, nos Estados Unidos, na sexta-feira passada que "os mercados financeiros indicaram que as expectativas de inflação exibiram declínios significativos em todos os horizontes" em agosto.

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Os novos dados de inflação, junto a projeções atualizadas da equipe do BCE, provavelmente vão levar a discussões agitadas na reunião de política do dia 4 de setembro sobre se as medidas de política monetária existentes devem ser aceleradas. Novas medidas são improváveis, mas não impossíveis.

"A barreira para o QE ainda é muito alta", disse uma das fontes, acrescentando que a discussão na reunião deve ser concentrada no reforço das medidas de política monetária existentes de afrouxamento do crédito e provisão de liquidez. Todas as fontes pediram anonimato.

"É difícil dizer no momento que nada vai acontecer. Depende até certo ponto dos dados", complementou a fonte. O BCE não quis comentar.

A expectativa é que os dados de inflação da zona do euro para agosto mostrem desaceleração na taxa anual para 0,3 por cento, ante 0,4 por cento em julho, segundo pesquisa da Reuters. O BCE tem como meta de inflação um número logo abaixo de 2 por cento no médio prazo. O banco central considera em sua "zona de perigo" qualquer número abaixo de 1 por cento.

Em junho, o BCE cortou as taxas de juros para novas mínimas e apresentou um plano de quatro anos de financeiro para bancos --chamado de TLTROs (na sigla em inglês) --sendo que a primeira parcela dele será ofertada em 18 de setembro. Também disse que vai desenvolver um plano para comprar títulos lastreados em ativos (ABS, na sigla em inglês).

Entretanto, pode não ser prático mudar a operação TLTRO tão perto de seu lançamento. Os bancos têm até quinta-feira para entregar relatórios de empréstimo ao BCE para determinar quanto podem tomar emprestado em setembro e dezembro sob o programa.

As novas medidas têm como objetivo sustentar o fluxo de crédito a empresas na zona do euro para ajudar a reanimar o crescimento. No segundo trimestre, o crescimento econômico da zona do euro estagnou.

Adotar o QE pode pressionar o euro para baixo e melhorar a confiança do mercado. Entretanto, autoridades do BCE acreditam que o QE é inapropriado e não têm certeza de que funcionaria.

Uma segunda fonte do BCE ressaltou que o discurso de Draghi em Jackson Hole ajudou a pressionar o euro, que caiu na quarta-feira e alcançou mínima de 19 meses ante o franco suíço. "Se conseguirmos deixar o euro abaixo de 1,30 dólar, isso ajuda muito", disse essa fonte. "Precisamos de um euro mais fraco para uma Europa mais forte".

Atualizado às 12h25

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