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Inflação sob controle é, sem dúvida, um benefício social dos mais abrangentes. Entre os defensores da concessão de autonomia ao Banco Central, porém, é difícil encontrar quem use explicitamente a justiça social como argumento. Esse novo tipo de discurso mais palatável para a maioria dos petistas que não simpatiza com a idéia da autonomia do […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h41.

Inflação sob controle é, sem dúvida, um benefício social dos mais abrangentes. Entre os defensores da concessão de autonomia ao Banco Central, porém, é difícil encontrar quem use explicitamente a justiça social como argumento. Esse novo tipo de discurso mais palatável para a maioria dos petistas que não simpatiza com a idéia da autonomia do BC está sendo ensaiado pelo secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy. Ter sucesso nessa área (a consolidação de agências autônomas em relação ao governo) é uma ferramenta extremamente importante para reverter o processo de concentração da renda que sempre está fermentando na economia brasileira, afirmou Levy em entrevista ao Portal EXAME.

O secretário do Tesouro defende um modelo no qual as agências fiscalizadoras sejam fortes, com mandatos definidos e um claro sistema de prestação de contas ao Congresso, com alto grau de responsabilização. O BC imaginado por ele teria liberdade para escolher como alcançar metas estabelecidas pelo poder político no caso, o ministro da Fazenda e o Conselho Monetário Nacional, que define as metas de inflação. Levy inclui a discussão da autonomia do BC no que chama de questão regulatória mais ampla ou seja, a conquista do delicado equilíbrio entre seduzir investidores e dar tratamento justo aos consumidores. Para ele, implementar agências fortes, incluindo o BC autônomo, é uma forma de garantir o controle social de seus setores de atuação.

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O economista já fazia parte da equipe econômica quando Pedro Malan estava à frente do Ministério da Fazenda e é considerado um dos principais defensores, no governo, da rigidez fiscal e monetária, características herdadas da gestão anterior. Por isso, é visto com desconfiança por boa parte do PT. Sua aceitação torna-se ainda mais difícil com o tipo de discurso que era usado por Malan, que evitava ao máximo fazer defesas explícitas do interesse social. Os não-petistas que integram o atual governo, no entanto, parecem estar se adaptando ao meio e tentando reduzir a resistência a suas mensagens. O importante é entender que se está construindo um modelo que nos permita superar os impasses criados por uma tradição patrimonialista que formou o Estado, a economia e a sociedade brasileira, afirma Levy.

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