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Mantega: 'Se a China balançar, vai balançar muita gente'

Para o ministro da Fazenda, o país asiático é a "locomotiva do crescimento mundial"

Mantega afirmou que, se houver piora do cenário internacional, o governo adotará medidas para evitar uma queda do Produto Interno Bruto (Wilson Dias/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2011 às 14h24.

Brasília - A China é a locomotiva do crescimento mundial, conforme enfatizou hoje o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante audiência pública no Senado, e o Brasil tem saldo comercial positivo com esse país. "Se a China balançar, vai balançar muita gente", previu o ministro, salientando que a trajetória de crescimento daquele país vem sendo trilhada há mais de 30 anos. "Mas se a China balançar, o preço das commodities pode cair. Vamos ver se baixam o nível de atividade sem nos prejudicar", analisou.

Ainda sobre o mercado internacional, o ministro salientou que os Estados Unidos poderão "apelar" para a terceira fase do afrouxamento quantitativo (QE3, na sigla em inglês) e que não há mais espaço naquele país para redução dos juros. "A meu ver, a saída é fazer política fiscal para recuperar a economia", disse.

O reflexo dessa situação mundial sobre o Brasil, segundo Mantega, é que o país terá de "pagar o preço" de ter de trabalhar com uma enxurrada de dólar no mundo. Por isso, segundo ele, medidas de controle de capital continuarão a ser tomadas se for identificada a necessidade dessa ação. "Medidas não se anunciam, se fazem", voltou a dizer.

Na avaliação de Mantega, desde 2008, o governo está adotando medidas ligadas ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e que têm mostrado efeito. "Sem elas, o câmbio estaria em R$ 1,20, em R$ 1,30 há muito tempo e isso teria quebrado a indústria lá atrás, com a entrada de produtos estrangeiros", considerou.

O ministro disse ainda que os juros brasileiros, mais elevados do que na maior parte do mundo, são "atrativos fantásticos", principalmente quando vistos a partir de países que não ganham nada com juros. "No Japão, por exemplo, aplicar o dinheiro no Brasil é uma maravilha." Mesmo assim, conforme Mantega, ao decidir sobre o rumo da política monetária, o Banco Central não pode se ater apenas para questões de arbitragem. "É preciso olhar para outros pontos também, principalmente a inflação", considerou.

PIB

Mantega afirmou que, se houver piora do cenário internacional, o governo adotará medidas para evitar uma queda do Produto Interno Bruto (PIB). "Se o PIB estiver abaixo do que estamos trabalhando, temos muitas armas monetárias. Os juros e os compulsórios podem ser usados para não deixarmos a economia cair abaixo do que estamos trabalhando", afirmou.


O ministro previu que a economia brasileira dará sinais de menor aceleração no terceiro trimestre e voltará a acelerar no período de outubro a dezembro. "De fato, a economia vem se desacelerando. O próprio governo promoveu isso", disse. Mantega salientou que, no ano passado, a economia estava muito acelerada e a inflação, em elevação. "Por isso, o governo tomou várias medidas para desaceleração, mas sem derrubar economia", enfatizou.

Esta trajetória já era esperada pelo governo, conforme o ministro. Segundo ele, a expansão no ano passado era de 7,5% e, agora, a trajetória é de 4,5%. "Um PIB de 4% não é mau para um ano de transição e para história do Brasil", avaliou.

Apesar dessa estimativa de desaquecimento, Mantega não enxerga impactos sobre a arrecadação. "Não haverá impacto na arrecadação. Ela é consequência do que aconteceu em 2010 e tem a ver também com o fato de o Refis de 2009 ter começado a funcionar agora." Tampouco, o ministro vê problemas nas contas públicas. Para ele, as despesas estão equilibradas.

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Brasília - A China é a locomotiva do crescimento mundial, conforme enfatizou hoje o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante audiência pública no Senado, e o Brasil tem saldo comercial positivo com esse país. "Se a China balançar, vai balançar muita gente", previu o ministro, salientando que a trajetória de crescimento daquele país vem sendo trilhada há mais de 30 anos. "Mas se a China balançar, o preço das commodities pode cair. Vamos ver se baixam o nível de atividade sem nos prejudicar", analisou.

Ainda sobre o mercado internacional, o ministro salientou que os Estados Unidos poderão "apelar" para a terceira fase do afrouxamento quantitativo (QE3, na sigla em inglês) e que não há mais espaço naquele país para redução dos juros. "A meu ver, a saída é fazer política fiscal para recuperar a economia", disse.

O reflexo dessa situação mundial sobre o Brasil, segundo Mantega, é que o país terá de "pagar o preço" de ter de trabalhar com uma enxurrada de dólar no mundo. Por isso, segundo ele, medidas de controle de capital continuarão a ser tomadas se for identificada a necessidade dessa ação. "Medidas não se anunciam, se fazem", voltou a dizer.

Na avaliação de Mantega, desde 2008, o governo está adotando medidas ligadas ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e que têm mostrado efeito. "Sem elas, o câmbio estaria em R$ 1,20, em R$ 1,30 há muito tempo e isso teria quebrado a indústria lá atrás, com a entrada de produtos estrangeiros", considerou.

O ministro disse ainda que os juros brasileiros, mais elevados do que na maior parte do mundo, são "atrativos fantásticos", principalmente quando vistos a partir de países que não ganham nada com juros. "No Japão, por exemplo, aplicar o dinheiro no Brasil é uma maravilha." Mesmo assim, conforme Mantega, ao decidir sobre o rumo da política monetária, o Banco Central não pode se ater apenas para questões de arbitragem. "É preciso olhar para outros pontos também, principalmente a inflação", considerou.

PIB

Mantega afirmou que, se houver piora do cenário internacional, o governo adotará medidas para evitar uma queda do Produto Interno Bruto (PIB). "Se o PIB estiver abaixo do que estamos trabalhando, temos muitas armas monetárias. Os juros e os compulsórios podem ser usados para não deixarmos a economia cair abaixo do que estamos trabalhando", afirmou.


O ministro previu que a economia brasileira dará sinais de menor aceleração no terceiro trimestre e voltará a acelerar no período de outubro a dezembro. "De fato, a economia vem se desacelerando. O próprio governo promoveu isso", disse. Mantega salientou que, no ano passado, a economia estava muito acelerada e a inflação, em elevação. "Por isso, o governo tomou várias medidas para desaceleração, mas sem derrubar economia", enfatizou.

Esta trajetória já era esperada pelo governo, conforme o ministro. Segundo ele, a expansão no ano passado era de 7,5% e, agora, a trajetória é de 4,5%. "Um PIB de 4% não é mau para um ano de transição e para história do Brasil", avaliou.

Apesar dessa estimativa de desaquecimento, Mantega não enxerga impactos sobre a arrecadação. "Não haverá impacto na arrecadação. Ela é consequência do que aconteceu em 2010 e tem a ver também com o fato de o Refis de 2009 ter começado a funcionar agora." Tampouco, o ministro vê problemas nas contas públicas. Para ele, as despesas estão equilibradas.

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