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Mantega rebate críticas do mercado ao Banco Central

Ministro da Fazenda diz que não entende as críticas feitas à decisão de cortar a Selic em 0,5%

Mantega: "O que eu lia em todos os jornais era que havia um consenso em torno da piora da economia internacional e que a taxa de juros devia cair" (Wilson Dias/ABr)
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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2011 às 13h54.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu hoje as críticas que analistas de mercado estão fazendo ao Banco Central (BC) desde ontem, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic de 12,5% para 12% ao ano. O ministro disse que não entende as críticas "porque até a reunião do Copom, o que eu lia em todos os jornais era que havia um consenso em torno da piora da economia internacional e que a taxa de juros devia cair".

Sobre as dúvidas levantadas a respeito da independência do Banco Central, Mantega disse que "até outro dia o BC estava subindo juros e ninguém falava nada". "O BC estava aumentando juros agradando ou não o governo porque ele tem suas avaliações do cenário internacional e toma suas decisões", afirmou.

Mantega discordou também de comentários segundo os quais o Ministério da Fazenda teria sido mais eficaz no gerenciamento das expectativas do que o próprio BC. "Não concordo com essas afirmações. Nós fizemos a nossa parte com o anúncio de corte de gastos e o BC fez a sua avaliação", disse. De acordo com ele, a percepção dentro do governo é de que a crise econômica é deflacionária, justificando a queda de juros. "O presidente do Banco Central é especialista nisso e teme a deflação", afirmou.

O ministro disse ainda que a taxa de juros brasileira é mais conservadora do que as do resto do mundo. "Não estou aqui fazendo uma crítica ao BC. A inflação dos demais países emergentes está chegando perto da nossa e, no entanto, a taxa de juros desses países é mais baixa do que a brasileira, que é a maior do mundo", disse. Ele ponderou que a vocação do BC é mesmo ser conservador, "mas com limites".

Deflação mundial

Mantega afirmou hoje que a economia mundial está em plena desaceleração, que deve durar de dois a três anos, e que, em função disso, é mais provável que ocorra deflação no mundo no curto prazo. "Nível de atividade dos EUA está baixo. EUA continuarão a fazer política monetária expansionista. É mais provável que teremos deflação mundial com atividade fraca", afirmou o ministro, ressaltando que seria adequado que o governo norte-americano também pudesse utilizar a política fiscal. Contudo, Mantega avaliou que, em função do debate político naquele país sobre a elevação do teto da dívida pública, o uso de instrumentos econômicos como gastos do governo está bem limitado.


Mantega ressaltou que, em função da continuidade do afrouxamento quantitativo dos EUA, será mantido alto nível de liquidez financeira no mundo. "Continuaremos a ter guerra cambial nos próximos anos", afirmou. Segundo seu raciocínio, a forte liquidez global e o fraco nível de atividade em vários países centrais devem dar continuidade a desvalorizações competitivas de moedas, ao mesmo tempo em que diversos países no mundo vão disputar mercados para exportar seus produtos, especialmente manufaturados.

Nesse contexto, o ministro destacou que está ocorrendo no Brasil o ingresso "de importações predatórias" que, segundo o ministro, serão devidamente coibidas.

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São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu hoje as críticas que analistas de mercado estão fazendo ao Banco Central (BC) desde ontem, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic de 12,5% para 12% ao ano. O ministro disse que não entende as críticas "porque até a reunião do Copom, o que eu lia em todos os jornais era que havia um consenso em torno da piora da economia internacional e que a taxa de juros devia cair".

Sobre as dúvidas levantadas a respeito da independência do Banco Central, Mantega disse que "até outro dia o BC estava subindo juros e ninguém falava nada". "O BC estava aumentando juros agradando ou não o governo porque ele tem suas avaliações do cenário internacional e toma suas decisões", afirmou.

Mantega discordou também de comentários segundo os quais o Ministério da Fazenda teria sido mais eficaz no gerenciamento das expectativas do que o próprio BC. "Não concordo com essas afirmações. Nós fizemos a nossa parte com o anúncio de corte de gastos e o BC fez a sua avaliação", disse. De acordo com ele, a percepção dentro do governo é de que a crise econômica é deflacionária, justificando a queda de juros. "O presidente do Banco Central é especialista nisso e teme a deflação", afirmou.

O ministro disse ainda que a taxa de juros brasileira é mais conservadora do que as do resto do mundo. "Não estou aqui fazendo uma crítica ao BC. A inflação dos demais países emergentes está chegando perto da nossa e, no entanto, a taxa de juros desses países é mais baixa do que a brasileira, que é a maior do mundo", disse. Ele ponderou que a vocação do BC é mesmo ser conservador, "mas com limites".

Deflação mundial

Mantega afirmou hoje que a economia mundial está em plena desaceleração, que deve durar de dois a três anos, e que, em função disso, é mais provável que ocorra deflação no mundo no curto prazo. "Nível de atividade dos EUA está baixo. EUA continuarão a fazer política monetária expansionista. É mais provável que teremos deflação mundial com atividade fraca", afirmou o ministro, ressaltando que seria adequado que o governo norte-americano também pudesse utilizar a política fiscal. Contudo, Mantega avaliou que, em função do debate político naquele país sobre a elevação do teto da dívida pública, o uso de instrumentos econômicos como gastos do governo está bem limitado.


Mantega ressaltou que, em função da continuidade do afrouxamento quantitativo dos EUA, será mantido alto nível de liquidez financeira no mundo. "Continuaremos a ter guerra cambial nos próximos anos", afirmou. Segundo seu raciocínio, a forte liquidez global e o fraco nível de atividade em vários países centrais devem dar continuidade a desvalorizações competitivas de moedas, ao mesmo tempo em que diversos países no mundo vão disputar mercados para exportar seus produtos, especialmente manufaturados.

Nesse contexto, o ministro destacou que está ocorrendo no Brasil o ingresso "de importações predatórias" que, segundo o ministro, serão devidamente coibidas.

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