Economia

Mantega prevê crescimento médio de até 2,8% em 2008-2014

Ministro da Fazenda apontou que a seca foi um fator importante que afetou o desempenho da economia neste ano


	Guido Mantega: ministro não fez nenhuma projeção sobre o PIB para este ano
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Guido Mantega: ministro não fez nenhuma projeção sobre o PIB para este ano (Antonio Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 15h49.

São Paulo - Durante apresentação do 11º Forum de Economia da EESP-FGV, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve, entre 2008 e 2014, registrar uma média de crescimento de 2,7% a 2,8%.

Ele ressaltou que esse será um dos melhores desempenhos registrados entre países do G-20, especialmente porque gerou um nível bom de expansão do PIB com alto nível de geração de empregos.

O ministro não fez nenhuma projeção sobre o PIB para este ano.

Mas ao considerar as taxas de crescimento de 2008 a 2013, para que a média atinja de 2,7% a 2,8% entre 2008 e 2014, o PIB deveria apresentar uma expansão entre 0,5% e 1% neste ano.

Com expansão do PIB de 0,5%, a média de 2008 a 2014 atingiria 2,73% e com incremento de 1% o patamar alcançaria 2,81%.

"O Brasil é economia sólida, com perspectiva de ingressar num novo período de expansão", comentou o ministro.

"Estamos mantendo o mercado consumidor, que não se manifesta por falta de crédito", destacou.

O ministro destacou que em 2014, a recuperação da economia mundial está demorando para acontecer.

Ele ressaltou que os EUA apresentarão neste ano uma expansão mais vigorosa do que outros países avançados.

"Países emergentes estão registrando desaceleração do crescimento. A redução do ritmo de crescimento atinge Chile e Peru, que são considerados eficientes", ponderou.

Mantega também apontou que a seca foi um fator importante que afetou o desempenho da economia neste ano.

"A seca no Brasil não pode ser subestimada. Ela provocou uma conta próxima a R$ 20 bilhões para o Tesouro."

Credit crunch

De acordo com Mantega, "estamos quase em um credit crunch do ponto de vista do consumo", o que teria sido causado em grande medida pela postura mais cautelosa dos bancos privados para conceder financiamentos.

"Não falta crédito para investimentos, por causa dos bancos públicos", ponderou.

Segundo o ministro, uma consequência direta da forte restrição de financiamentos para o consumo pelos bancos é que a redução das vendas de mercadorias levou as fábricas a acumularem estoques indesejados. "E fica este mal-estar no setor", ponderou.

"Mas o crédito já começou a voltar neste segundo semestre", destacou.

"O Banco Central já liberou compulsórios e temos possibilidade de recuperação do mercado de consumo", disse.

O ministro destacou a solidez da economia nacional e ressaltou que fatores negativos que prejudicaram o nível de atividade em 2014, como a seca, não devem ter a mesma intensidade em 2015.

"A seca terá menos efeitos e no próximo ano teremos chuvas", disse.

De acordo com Mantega, alguns fatores merecem destaque especial, porque mostram que a economia brasileira apresenta um desempenho bom pós a crise de 2008, de acordo com avaliação da OCDE.

"Temos reservas mais elevadas, o fluxo externo segue forte e o câmbio está estável", afirmou. "Estamos mantendo a inflação sob controle, apesar de choques de oferta", acrescentou.

O ministro afirmou que espera que a crise global termine neste ano ou no próximo, o que trará benefícios ao país.

"A economia internacional tende a melhorar. É relevante o impacto da economia internacional no Brasil."

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraGuido MantegaPersonalidadesPIBPIB do BrasilPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação