Economia

Mantega: Governo pode por novos limites e IOF em derivativos

O CMN poderá dar novos limites de margem para reduzir a rentabilidade da operação, afirmou o Ministro hoje

Ontem à noite, Mantega disse em evento em São Paulo que o Brasil não pode permitir que haja invasão de capital (Renato Araújo/ABr)

Ontem à noite, Mantega disse em evento em São Paulo que o Brasil não pode permitir que haja invasão de capital (Renato Araújo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2011 às 18h55.

São Paulo - O governo está preparando novas medidas para o câmbio, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a congressistas hoje em Brasília.

O Conselho Monetário Nacional poderá dar novos limites de margem em operações de derivativos, disse Mantega. O governo está organizando no momento uma forma de pagamento do Imposto sobre Operações Financeiras sobre os derivativos, disse também o ministro.

”O CMN poderá dar novos limites de margem para reduzir a rentabilidade da operação´´, disse o ministro hoje, audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Ontem à noite, Mantega disse em evento em São Paulo que o Brasil não pode permitir que haja invasão de capital, de “hot money”. Ele disse também em evento ontem à noite que ainda vê o governo tem muita “bala na agulha” para responder à crise e que pode deixar a “política monetária mais ativa”.

“Tão logo as pressões sobre preços estejam controladas, temos compulsório elevado, taxa de juros elevada, várias medidas que podemos adotar”, disse o ministro.

A “guerra cambial” vai continuar nos próximos anos, segundo Mantega. O real se valorizou 45 por cento desde o início de 2009 até hoje, quando o dólar fechou em R$ 1,5968 com queda de 0,68 por cento em relação a ontem.

‘Prioritário’

O ministro da Fazenda disse aos senadores que o governo está fazendo um esforço fiscal para abrir espaço à redução de juros, a partir do controle da inflação, para deixar a política monetária mais flexível no futuro.


”Baixar a Selic me parece prioritário sob todos os pontos de vista”, disse Mantega hoje a parlamentares.

Ontem, disse que ainda vê o governo tem muita “bala na agulha” para responder à crise e que pode deixar a “política monetária mais ativa”.

“Tão logo as pressões sobre preços estejam controladas, temos compulsório elevado, taxa de juros elevada, várias medidas que podemos adotar”, disse o ministro.

A taxa básica de juros está em 12,50 por cento, após cinco elevações este ano pelo Comitê de Política Monetária. Os contratos futuros de juro a partir de 2014 apontam subiram hoje.

A previsão do ministro para a inflação é benigna e a atividade vai voltar a se acelerar no quatro trimestre. A atual desaceleração do ritmo do crescimento do Produto Interno Bruto foi desejada, segundo Mantega, para evitar as pressões inflacionárias que surgiram em 2010, quando o crescimento, foi de 7,5 por cento. Ontem, Mantega disse que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo deve ficar entre 0,3 por cento e 0,4 por cento ao mês até o fim do ano.

Crescimento de 4%

Para este ano, Mantega, pela primeira vez, que o PIB vai se expandir 4 por cento em 2011. As previsões anteriores do Ministério da Fazenda eram de 4,5 por cento, apesar de os analistas já apostarem em crescimento menor.

”Gerar menos emprego este ano é até desejável. Estamos importando trabalhadores. Falta qualificação. Não haverá problema de desemprego nos próximos anos, a não ser que haja uma catástrofe´´, disse Mantega hoje no Senado.

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