Guido Mantega: "em 2014, vamos nos empenhar para fazer a melhor meta possível de fiscal e já temos que olhar para o próximo ano" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2014 às 13h37.
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira que o governo fará a melhor meta fiscal possível este ano e buscará um esforço maior em 2015, afirmando ainda que a política macroeconômica do governo da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) será mantida e reforçada.
"Em 2014, vamos nos empenhar para fazer a melhor meta possível de fiscal e já temos que olhar para o próximo ano (...) Temos que fazer um esforço fiscal maior no próximo ano e manter assim para os próximos."
O governo enfrenta grande dificuldade em cumprir a meta de superávit primário de 99 bilhões de reais deste ano, equivalente a 1,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). De janeiro a agosto, a economia para o pagamento de juros da dívida pública ficou em apenas 0,94 por cento do PIB, evidenciando a dificuldade do governo em cumprir o alvo.
No dia seguinte à eleição presidencial, Mantega buscou reforçar o compromisso do governo petista com o tripé macroeconômico composto por superávit primário, meta de inflação e câmbio flutuante.
Ao mencionar esse compromisso, o ministro que vai deixar o governo foi indagado sobre qual nome para ocupar a Fazenda reuniria as credenciais capazes de ajudar a recuperar a confiança de empresários e investidores na economia brasileira. "Essa pergunta tem que ser feita à presidente. Na verdade estou aqui apresentando as políticas, porque para além dos nomes existem as políticas", disse Mantega.
"A prioridade significa fortalecer os fundamentos fiscais, manter um bom resultado fiscal para que a dívida pública fique sob controle (...) A prioridade de manter a inflação sob controle, o compromisso de continuar gerando empregos e, portanto, manter o mercado interno em expansão." Ele disse que a área econômica trabalha com uma agenda de medidas destinadas a melhorar a atividade econômica, mas não entrou em detalhes sobre o que será feito, restringindo-se a dizer que há muito a ser feito até o término do ano.
Dilma foi reeleita no domingo com 51,6 por cento dos votos válidos, contra 48,4 por cento do candidato Aécio Neves (PSDB).
A presidente, que garantiu ao PT o quarto mandato consecutivo no governo federal, terá grandes desafios pela frente, como retomar o crescimento econômico, controlar mais efetivamente a inflação e reconquistar a confiança de empresários e investidores.
As declarações de Mantega nesta segunda vão de encontro ao discurso feito por Dilma após a vitória no domingo, embora ambos tenham evitado dar detalhes sobre o que será feito no front econômico e fiscal.
"Vamos dar mais impulso à atividade econômica em todos os setores, em especial no setor industrial", disse Dilma em pronunciamento a militante e aliados.
"Quero a parceria de todos os segmentos, setores, áreas produtivas e financeiras, nessa tarefa que é responsabilidade de cada um de nós brasileiros e brasileiras", afirmou a presidente, acrescentando que seguirá "combatendo com rigor a inflação e avançando no terreno da responsabilidade fiscal".