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Mantega dá sinal de alta da Selic em março, diz analista

O entendimento do economista de que a Selic precisaria ser elevada rapidamente para segurar a inflação parece crescer entre os analistas

De Moscou, onde participa da reunião do G-20, Guido Mantega disse nesta sexta que a taxa de juros - não o câmbio - é o principal instrumento de controle da inflação (REUTERS/ Nacho Doce)
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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 10h42.

São Paulo - Uma inflação que em um único mês atinge 0,86%, com índice de difusão na marca dos 75% e acumulado em 12 meses na faixa de 6,15% - próximo ao teto da meta -, só pode ser combatida com aumento de juros.

A avaliação é do sócio-diretor da Global Financial Advisor, Miguel Daoud. Para ele, as afirmações feitas nesta sexta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e na semana passada pelo próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, reforçam sua visão de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deveria elevar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual já no seu próximo encontro (5 e 6 de março), para 7,50% ao ano.

O entendimento do economista de que a Selic precisaria ser elevada rapidamente para segurar a inflação parece crescer entre os analistas.

De Moscou, onde participa da reunião do G-20, Mantega disse nesta sexta que a taxa de juros - não o câmbio - é o principal instrumento de controle da inflação no Brasil, que em janeiro atingiu o maior patamar desde abril de 2005.

Segundo o ministro, o Banco Central tem de estar vigilante e tomar as devidas providências na hipótese de o índice de preços não desacelerar espontaneamente. Mantega disse também que "o sinal de alerta" do governo acende sempre que a inflação supera o centro da meta de 4,5%.

Para Daoud, de certa forma o ministro está preparando o mercado para um eventual aumento de juros caso necessário, o que vai ao encontro da sua defesa de que elevação da Selic será o único remédio para esta inflação que já se mostra disseminada. "Nada segura uma inflação cujo Índice de Difusão atinge 75,1%", observa o sócio diretor da Global Financial Advisor.


Perguntado se o estrago que um aumento de 0,25 ponto porcentual da Selic traria para a dívida pública não seria maior que o benefício que traria sobre a inflação, Daoud disse que não e explicou o porquê. Na avaliação dele, o governo pregou que com a redução da taxa nominal de juros o ingresso de dinheiro especulativo no País seria inibido.

"Foi mesmo, mas recursos para investimentos também deixaram de entrar no Brasil", critica. Teria sido também sinalizado pelo governo, de acordo com o consultor, que a redução da Selic levaria à diminuição dos juros ao consumidor. "Isso não ocorreu. A taxa implícita do juro ao consumidor é de 15% e o crédito que foi usado como justificativa para a queda da Selic não aumentou", diz Daoud.

Para o diretor da Global Financial Advisor, mesmo que a Selic fosse zerada, a taxa de juros ao consumidor não desceria abaixo de 5% ao mês pelo fato de na sua composição estarem embutidos custos com inadimplência, impostos, custo administrativo e o lucro dos bancos. "A redução da taxa de juros não trouxe benefícios reais para a economia.

Mas um pequeno aumento de 0,25 ponto da Selic agora mexeria com as expectativas de inflação, que estão muito elevadas", acredita Daoud. De acordo com ele, os contratos futuros de juro mercado de juro futuro estão incorporando uma Selic de 7,5% justamente porque estão embutindo na conta a inflação presente.

"As declarações do Tombini e o Mantega mostram que se for necessário o BC vai aumentar a taxa de juros", observa Daoud, para quem isso já deverá ocorrer no Copom de 5 e 6 de março para fazer frente à alta disseminada dos preços de produtos e serviços destinados ao consumidor final.

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São Paulo - Uma inflação que em um único mês atinge 0,86%, com índice de difusão na marca dos 75% e acumulado em 12 meses na faixa de 6,15% - próximo ao teto da meta -, só pode ser combatida com aumento de juros.

A avaliação é do sócio-diretor da Global Financial Advisor, Miguel Daoud. Para ele, as afirmações feitas nesta sexta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e na semana passada pelo próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, reforçam sua visão de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deveria elevar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual já no seu próximo encontro (5 e 6 de março), para 7,50% ao ano.

O entendimento do economista de que a Selic precisaria ser elevada rapidamente para segurar a inflação parece crescer entre os analistas.

De Moscou, onde participa da reunião do G-20, Mantega disse nesta sexta que a taxa de juros - não o câmbio - é o principal instrumento de controle da inflação no Brasil, que em janeiro atingiu o maior patamar desde abril de 2005.

Segundo o ministro, o Banco Central tem de estar vigilante e tomar as devidas providências na hipótese de o índice de preços não desacelerar espontaneamente. Mantega disse também que "o sinal de alerta" do governo acende sempre que a inflação supera o centro da meta de 4,5%.

Para Daoud, de certa forma o ministro está preparando o mercado para um eventual aumento de juros caso necessário, o que vai ao encontro da sua defesa de que elevação da Selic será o único remédio para esta inflação que já se mostra disseminada. "Nada segura uma inflação cujo Índice de Difusão atinge 75,1%", observa o sócio diretor da Global Financial Advisor.


Perguntado se o estrago que um aumento de 0,25 ponto porcentual da Selic traria para a dívida pública não seria maior que o benefício que traria sobre a inflação, Daoud disse que não e explicou o porquê. Na avaliação dele, o governo pregou que com a redução da taxa nominal de juros o ingresso de dinheiro especulativo no País seria inibido.

"Foi mesmo, mas recursos para investimentos também deixaram de entrar no Brasil", critica. Teria sido também sinalizado pelo governo, de acordo com o consultor, que a redução da Selic levaria à diminuição dos juros ao consumidor. "Isso não ocorreu. A taxa implícita do juro ao consumidor é de 15% e o crédito que foi usado como justificativa para a queda da Selic não aumentou", diz Daoud.

Para o diretor da Global Financial Advisor, mesmo que a Selic fosse zerada, a taxa de juros ao consumidor não desceria abaixo de 5% ao mês pelo fato de na sua composição estarem embutidos custos com inadimplência, impostos, custo administrativo e o lucro dos bancos. "A redução da taxa de juros não trouxe benefícios reais para a economia.

Mas um pequeno aumento de 0,25 ponto da Selic agora mexeria com as expectativas de inflação, que estão muito elevadas", acredita Daoud. De acordo com ele, os contratos futuros de juro mercado de juro futuro estão incorporando uma Selic de 7,5% justamente porque estão embutindo na conta a inflação presente.

"As declarações do Tombini e o Mantega mostram que se for necessário o BC vai aumentar a taxa de juros", observa Daoud, para quem isso já deverá ocorrer no Copom de 5 e 6 de março para fazer frente à alta disseminada dos preços de produtos e serviços destinados ao consumidor final.

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