CLT (Jorge Rosenberg/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2019 às 10h34.
Última atualização em 19 de novembro de 2019 às 11h55.
São Paulo — 3,15 milhões de brasileiros procuram emprego há dois anos ou mais, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta terça-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — ou 25,2% da população desocupada. Esse número, no entanto, apesar de ser um dos maiores da série, mostra tendência de queda, de acordo o instituto (veja gráfico abaixo).
No mesmo período do ano passado, 3,18 milhões de pessoas procuravam emprego há dois anos ou mais. Já em 2017, esse número era de 2,8 milhões de abril a junho.
A pesquisa divulgada hoje aponta também que, no Brasil, 5,8 milhões (46,9%) dos desocupados estavam em busca de trabalho entre um mês e um ano. Os que procuram emprego há menos de um mês equivalem a 1,8 milhão de pessoas (14,4%).
A tendência é que essas pessoas há mais tempo fora do mercado sofram mais que os demais grupos. "Perdem capital humano e se torna mais difícil de se reempregarem", diz José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos.
No total, a taxa de desocupação do país no terceiro trimestre de 2019 foi de 11,8%, ante 12,0% no segundo trimestre. No terceiro trimestre do ano passado, a taxa de desocupação era de 11,9%.
A taxa de desocupação permaneceu estatisticamente estável em 25 das 27 Unidades da Federação na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre deste ano. São Paulo foi a única a apresentar recuo na taxa, caindo para 12% no terceiro trimestre de 2019, após registrar 12,8% no segundo trimestre. Na outra ponta, a desocupação cresceu apenas em Rondônia e atingiu 8,2%, uma alta de 1,5 ponto percentual.
“A taxa de desocupação caiu em São Paulo em função de uma redução significativa da população desocupada, que diminuiu em 217 mil pessoas no trimestre. A redução do desemprego veio mais pela redução do número de desocupados do que por expansão da ocupação”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, em nota divulgada pelo instituto.
No terceiro trimestre, as maiores taxas foram observadas na Bahia (16,8%), Amapá (16,7%) e Pernambuco (15,8%). Os menores resultados ocorreram em Santa Catarina (5,8%), Mato Grosso do Sul (7,5%) e Mato Grosso (8,0%).
O Brasil registrou um total de 4,703 milhões de pessoas em situação de desalento (desistiram de procurar emprego) no terceiro trimestre de 2019. Na região Sudeste, 921 mil pessoas estavam nessa condição.
A Região Nordeste tem quase 3 milhões de pessoas em situação de desalento no terceiro trimestre, ou seja, 2,934 milhões de habitantes da região não procuravam emprego por acreditar que não conseguiriam uma vaga, por exemplo.
Os maiores contingentes estavam na Bahia (781 mil pessoas) e no Maranhão (592 mil desalentados). Os Estados com menor população em desalento foram Roraima (17 mil) e Amapá (19 mil).
O porcentual de pessoas desalentadas - em relação a todos os desocupados, ocupados e pessoas com disponibilidade para trabalhar mas que não estão procurando emprego - foi de 4,2% na média do País no terceiro trimestre, mas alcançou 18,3% no Maranhão e 16,5% em Alagoas.
Os menores porcentuais foram registrados em Santa Catarina (1 1%), Rio Grande do Sul (1,3%) e Distrito Federal (1,3%).
A taxa composta de subutilização da força de trabalho - que mostra o porcentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e inativos com potencial para trabalhar - superou o patamar de 40% no terceiro trimestre em dois Estados brasileiros: Maranhão (41,6%) e Piauí (41,1%).
Na média nacional, a taxa de subutilização foi de 24,0% no terceiro trimestre. Os menores resultados ocorreram em Santa Catarina (10,6%), Mato Grosso (14,7%), Rio Grande do Sul (16,3%) e Mato Grosso do Sul (16,3%).
Do total de desocupados no terceiro trimestre de 2019, 65,2% eram pretos ou pardos, segundo o levantamento.
Na seleção por gênero, a taxa de desocupação das mulheres foi 39% maior que a dos homens. O IBGE destaca que essa diferença, porém. que a diferença chegou a 64,5% no primeiro trimestre de 2012.
“A mulher nordestina tem a menor taxa de ocupação (38%), que representa 74% da taxa de ocupação da mulher do Centro Oeste (50,9%), a mais alta”, diz Adriana Beringuy no material de divulgação do instituto.
(Com informações de Estadão Conteúdo)