Economia

A moeda que caiu mais do que o petróleo, o rublo e o real

O pior investimento em 2014 não foi o rublo, nem o real, nem o petróleo, e sim a polêmica moeda virtual bitcoin, que caiu quase 80% em pouco mais de um ano


	Bitcoin: moeda eletrônica, popular entre os internautas mas extremamente volátil
 (AFP/AFP)

Bitcoin: moeda eletrônica, popular entre os internautas mas extremamente volátil (AFP/AFP)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 17 de janeiro de 2015 às 08h13.

São Paulo - Nos últimos meses, a queda do preço de algumas moedas e ativos chamou a atenção.

No Brasil, o destaque é naturalmente o real, que saltou de R$ 2,23 em agosto para patamares entre R$ 2,60 e R$ 2,70 nas últimas semanas. 

Este aumento nem se compara ao que aconteceu, por exemplo, com o rublo, que perdeu cerca de metade do seu valor nos últimos seis meses.

Uma das razões para a crise da Rússia é a queda do preço do barril de petróleo, que atingiu US$ 110 em meados do ano passado e está hoje abaixo dos US$ 50. 

Mas nada caiu mais do que o bitcoin, um dos fenômenos tecnológicos mais interessantes dos últimos anos. A moeda virtual perdeu quase 80% do seu valor em pouco mais de um ano e ganhou o título de pior investimento de 2014.

Cenário

Olhando para trás em um horizonte mais longo, a coisa muda de figura: "nos ultimos 2 anos, o bitcoin subiu 100%. Teve uma bolha grande no final de 2013 que foi desinflando em 2014", diz Fernando Ulbrich, autor do livro "Bitcoin - a moeda na era digital".

Ele lembra que a oferta de bitcoin é pré-determinada, então a volatilidade está ligada mais à demanda e às características do mercado, ainda muito pequeno em termos de liquidez e volume de negociação.

Outro fator que também pesou foi a confiança abalada por episódios como o caso Mt Gox, o fechamento de bolsas na China e o roubo no banco canadense Flexcoin.

"O ambiente regulatório tem causado incerteza pois não existe clareza total em diversas jurisdições, o que impede que mais empresas adotem a moeda e comecem a empreender", diz Fernando.

A situação pode mudar com a adoção de regras claras e oficiais, que já estão em estudo tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.

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