Economia

Madri aprovará na sexta mutualização da dívida das regiões

A finalidade da medida é "reduzir a pressão" sobre estas comunidades autônomas, que têm cada vez mais problemas para obter financiamento

O ministro espanhol Luis de Guindos e o ministro de Finanças alemão: as regiões, que haviam se comprometido a alcançar 1,3%, registraram déficit de 2,94% (Miguel Riopa/AFP)

O ministro espanhol Luis de Guindos e o ministro de Finanças alemão: as regiões, que haviam se comprometido a alcançar 1,3%, registraram déficit de 2,94% (Miguel Riopa/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2012 às 10h38.

Madri - O governo espanhol aprovará na sexta-feira a "mutualização" das emissões da dívida das regiões para "reduzir a pressão" sobre estas comunidades autônomas, que têm cada vez mais problemas para obter financiamento nos mercados, anunciou à AFP uma porta-voz do Ministério da Economia.

Segundo a fonte, a mutualização possui a garantia do Tesouro e terá a forma de "hispanobônus": "o objetivo é reduzir a pressão sobre as regiões, que é maior que a pressão sobre o Estado de maneira geral. Inclusive há regiões que não podem ir aos mercados para obter financiamento", disse.

As 17 regiões autônomas, que desfrutam de grande autonomia, têm sido uma fonte constante de preocupações nos mercados, apontadas como responsáveis por três quartos do desvio orçamentário da Espanha em 2011.

O país registrou um déficit público de 8,9% do PIB, ao invés dos 6% prometidos, e as regiões, que haviam se comprometido a alcançar 1,3%, registraram um déficit acumulado de 2,94%.

Este anúncio chega em um momento de extrema tensão nos mercados para a Espanha, que terá que realizar o resgate público mais caro de sua história, injetando 23,5 bihões de euros no Bankia, o quarto maior banco do país.

O setor bancário é outra fonte de preocupação para os investidores, fragilizado após o estouro da bolha imobiliária de 2008.

Para sanear o Bankia, a porta-voz do Ministério confirmou nesta terça-feira que a prioridade é ir ao mercado, o que significa que Madri estaria mais disposto a lançar uma emissão de obrigações do que injetar diretamente títulos da dívida pública, uma opção que foi considerada durante muito tempo.

Com isso, a Bolsa de Madri apresentava queda no fim da manhã (local) após ter fechado na segunda-feira em seu nível mais baixo desde 27 de maio de 2003: às 11h36 GMT (08H36 de Brasília), o índice Ibex-35 dos principais valores da Bolsa de Madri perdia 2,55%, para os 6.237,80 pontos.

No mercado de obrigações, a taxa de risco espanhola (juros pagos para financiar-se a dez anos com relação à taxa alemã, de referência) alcançou novo recorde desde a criação da zona do euro, a 515,5 pontos.

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