Lula sanciona fim do DPVAT e confirma revogação do seguro
Medida foi incluída pelo Congresso em uma das medidas do pacote fiscal elaborada pelo governo
Agência de notícias
Publicado em 31 de dezembro de 2024 às 14h27.
Última atualização em 31 de dezembro de 2024 às 14h27.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta terça-feira, 31, o fim do DPVAT, o Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito. A medida que extingue o seguro foi incluída emuma lei aprovada pelo Congresso e que fazia parte do pacote de ajuste fiscal idealizado pelo governo.
Originalmente o projeto lei complementar focava em proibir a concessão de novos benefícios fiscais em caso de déficit dos cofres públicos. Quando tramitou no Congresso, no entanto, o texto foi alterado para incluir um dispositivo que derruba a recriação do seguro obrigatório DPVAT para os motoristas.
O seguro passou por várias idas e vindas nos últimos anos. Desde 2020, por iniciativa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que enviou umamedida provisóriaque foi confirmada pelo Congresso, o DPVAT foi extinto. Apesar disso, em maio deste ano, Lula sancionou umalei que recriaria o seguro, que passaria a se chamar SPVAT, e faria com que ele fosse cobrado a partir de 2025.
Com a sanção da nova lei, o seguro não será mais cobrado e continuará extinto a partir do ano que vem.
Sem o novo SPVAT, que deveria entrar em vigor em janeiro, as vítimas de acidentes podem ficar sem indenização, a não ser que o veículo envolvido tenha seguro privado com cláusulas específicas para danos a terceiros. Caso contrário, as vítimas poderão buscar compensação por meio da judicialização, processando o condutor responsável. Isso significa que, quem não tiver seguro, ficará desamparado.
Embora o governo tenha articulado a volta do seguro anteriormente, o fim dele contou com a concordância da articulação política do Palácio do Planalto. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), foi o relator do texto e manteve o dispositivo que acaba com novo DPVAT e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, chegou a dizer que o governo concorda com a medida.
Por outro lado, integrantes da equipe econômica do governo discordaram da medida e reclamaram da pressão que o Congresso exerceu para derrubar o seguro.