Repórter
Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 16h17.
Última atualização em 18 de dezembro de 2025 às 16h18.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, 18, que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, faria um grande serviço ao país se reduzir a taxa básica de juros (Selic).
Em coletiva de imprensa, o chefe do Executivo também declarou que acredita que os juros começarão a cair em breve no Brasil e sente um "cheiro" de que isso acontecerá.
"Acho que todo o mundo está prevendo, da mesma forma que a gente sente o cheiro de chuva, estou sentindo o cheiro de que logo, logo, a taxa de juros vai começar a baixar. Agora, o Banco Central tem autonomia, é importante lembrar que jamais farei pressão para que o Galipolo tome a atitude que tiver que tomar. É ele que tem que tomar a decisão", disse Lula.
Lula também expressou que, se Galípolo tomar essa medida, será benéfico para ele, para o Brasil, para a indústria e para o combate ao desemprego.
Desde que assumiu o terceiro mandato, Lula tem criticado as altas taxas de juros no Brasil, que, durante o governo anterior, eram comandadas por Roberto Campos Neto. Além do governo, entidades da indústria, do comércio e dos serviços também têm questionado a política de juros altos, argumentando que a inflação está controlada e que taxas elevadas prejudicam a atividade econômica, o crescimento do PIB e o acesso ao crédito.
A inflação medida pelo IPCA nos últimos 12 meses é de 4,46%, dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o período iniciado em janeiro de 2025, que é de 3,00%, com uma margem de 1,50 ponto percentual para mais ou para menos.
Antes de suas declarações sobre os juros, Lula havia novamente criticado a independência do Banco Central, aprovada durante o governo de Michel Temer. No entanto, o presidente reafirmou que confia no trabalho de Galípolo, a quem indicou para presidir a autoridade monetária em 2024.
"Tenho 100% de confiança no companheiro Galípolo, presidente do Banco Central. Eu nunca fui favorável à presidência do Banco Central. O presidente da República indica o presidente do Banco Central e tira a hora que quiser. O Fernando Henrique Cardoso tirou quantos, Haddad? Uns quatro ou cinco", disse Lula, ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Apesar da percepção de Lula, o Banco Central (BC) reafirmou, na mais recente ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que a condução "cautelosa" da política de juros tem gerado ganhos desinflacionários e contribuído para aumentar a confiança no processo de redução da inflação. Contudo, o BC não indicou uma possível queda na taxa de juros para a reunião de janeiro.
Na semana passada, o Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano pela quarta vez consecutiva, o maior nível desde julho de 2006. De acordo com o BC, essa decisão está alinhada com a estratégia de manutenção da estabilidade econômica por um "período bastante prolongado".
(Com informações da agência O Globo)