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Livros de colorir para adultos causam escassez de lápis

Faber Castell, maior fabricante do produto do mundo, viu o fenômeno ocorrer em várias regiões e está experimentando um crescimento na casa dos dois dígitos

Lápis de cor (Stock.xchng)

João Pedro Caleiro

Publicado em 10 de abril de 2016 às 08h00.

São Paulo - Comuns entre as crianças, os livros de colorir se tornaram de alguns anos para cá uma febre também entre os adultos.

"Jardim Secreto. Livro de Colorir e Caça ao Tesouro Antiestresse", de Johanna Basford, foi o segundo livro mais vendido de 2015 pela Amazon no Brasil.

O surgimento do segmento, que sequer existia há pouco tempo, afetou também a demanda por seus necessários companheiros: os lápis de colorir.

A Faber Castell, maior fabricante do produto do mundo, viu o fenômeno ocorrer em várias regiões e está experimentando um crescimento na casa dos dois dígitos.

“A produção dos nossos lápis cresceu fortemente em relação ao ano anterior. Atualmente, estamos fazendo mais turnos do que o normal na nossa fábrica em Stein, na Bavaria, para satisfazer as necessidades globais pelos lápis dos nossos artistas devido à moda dos livros de colorir para adultos", diz Sandra Suppa, da empresa, ao jornal britânico The Independent.

Em maio do ano passado, a empresa relatava a multiplicação anual em 5 vezes dos pedidos no Brasil e a inclusão de um terceiro turno de fabricação para suprir a demanda.

A fábrica de São Carlos, no interior paulista, é a maior planta industrial da empresa no mundo e tem 2 mil pessoas que fazem 2,5 bilhões de lápis por ano.

De acordo com o jornal New Zealand Herald, as fabricantes europeias Staedtler e Stabilo também estavam suando para garantir o fornecimento.

A moda começou na França e estourou em vários lugares do mundo, com destaque para a China. Até as marcas de outros segmentos entraram na febre por meio da publicidade.

Especialistas atribuem o fenômeno à nostalgia com a infância e a necessidade de criar espaços para foco e introspecção fora do mundo da internet.

São Paulo - A fábrica de lápis de cor da Faber-Castell em São Carlos, no interior paulista, é a maior planta industrial da empresa no mundo. No local trabalham 2.000 pessoas em três turnos e 2,5 bilhões de lápis são feitos por ano, vendidos para todo Brasil e outros 70 países, incluindo latinos, europeus e asiáticos. EXAME.com foi conhecer o processo de fabricação dos produtos. Veja nas fotos.
  • 2. A massa

    2 /23(Tatiana Vaz/EXAME.com)

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    A fabricação de um lápis de cor é composta de três processos principais: mina (recheio do lápis), intermediário (montagem) e acabamento.A mina colorida é feita por meio da mistura de ceras especiais, pigmentos que dão cor, água e caulim – um minério extraído e depois moído, de cor branca e com aparência e textura de uma farinha de trigo.O resultado é uma massa amarela, verde, rosa ou de alguma outra das 48 cores de lápis de cor feitas pela Faber-Castell. Vale lembrar que a empresa tem uma caixa de lápis de 120 cores - todos importados.
  • 3. O espaguete

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  • Como em um processo de fazer macarrão, a massa colorida segue para uma prensa que dará a ela um formato de espaguete, da cor e diâmetro pré-definidos.Neste estágio, a mina é maleável e quebra fácil, mas já tem o cheiro característico do lápis.
  • 4. Ingredientes

    4 /23(Tatiana Vaz/EXAME.com)

    Os espaguetes são cuidadosamente separados por cor em recipientes de tamanho padrão até seguirem para a próxima etapa.
  • 5. Secagem

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    A água em excesso do espaguete de mina será retirada em uma máquina de secagem, por meio de um processo que combina giro e alta temperatura por algumas horas.Desta fase, a mina já sai pronta para o uso, com a resistência e traços adequados para para colorir de forma perfeita.
  • 6. Tábuas

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    Agora começa a parte de montagem do ecolápis, batizado assim pela companhia porque traz cuidados ambientais em toda a cadeia de produção. A madeira usada, 100% reflorestada, já vem cortada na espessura e formato certos da fábrica de pinus que a companhia possui, desde 1989, em Prata, Minas Gerais. São 10.000 hectares de plantação de pinus, madeira que leva 25 anos do plantio à colheita. De acordo com a empresa, esse projeto florestal no Brasil é referência mundial no setor e leva a empresa a absorver mais dióxido de carbono do que produz.
  • 7. Linhas

    7 /23(Tatiana Vaz/EXAME.com)

    Dez serras instaladas dentro de uma grande máquina industrial, responsável por todo o processo de montagem, cortam dez linhas com espaços de meio centímetro entre elas em cada uma das tábuas. Os cortes são feitos com velocidade e precisão. Um sensor controla a qualidade do produto e os que estão fora do padrão são tirados da linha. As sobras e descartes são usados para alimentar a caldeira da fábrica e gerar energia.
  • 8. Cola

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    Antes do corte, uma boa quantidade de cola foi passada nas tábuas. Mais uma mão será dada nas madeiras depois das linhas serradas. O objetivo é garantir que as minas fiquem bem firmes quando colocadas.
  • 9. Cores

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    Enquanto isso, caixas com minas de diversas cores aguardam a hora de serem usadas nas montagens. Uma cor de lápis é fabricada por vez, de acordo com a demanda e planejamento da empresa.
  • 10. Sanduíche

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    As minas são colocadas na máquina que, por meio de um rolo industrial, as encaixa nos vãos cortados. Outra madeira é colocada por cima, formando, assim, uma espécie de sanduíche de tábuas com recheio de mina colorida.
  • 11. Prensa

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    Uma grande prensa acaba de fechar o sanduíche de madeira e mina, que desce por uma rampa em velocidade lenta.
  • 12. Cortes

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    As tábuas recheadas de mina seguem para receber o corte final, que fará com que cada uma delas se transforme em dez lápis. Há três formatos: circular (mais comum), triangular (indicado para crianças) e sextavado (mais profissional). Como funciona com as cores, a máquina faz cada tipo de produto por vez.
  • 13. Um só

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    Já separados, eles seguem por outra esteira para receberem acabamento e pontas.
  • 14. Crus

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    Chamados de lápis crus, eles são agrupados em caixas à espera da próxima fase do processo. Estão prontos para o uso, com exceção da parte externa, já que não é possível saber de qual cor eles são.
  • 15. Acabamento

    15 /23(EXAME.com)

    É nesta etapa que os lápis crus ganharão tinta por fora e a marca da Faber-Castell, além de serem testados e apontados. As paredes da fábrica tem as cores de seus lápis de colorir. Algumas delas ainda recebem desenhos feitos e pintados pelos funcionários.
  • 16. Pintura

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    Os lápis crus recebem a primeira mão de tinta e deslizam por essa esteira, que conta com ventiladores de ar quente para ajudar no processo de secagem. Uma segunda mão é dada logo em seguida. Lápis que precisam de reforços de pintura são colocados, manualmente, para deslizar na esteira de novo e receber mais banhos.
  • 17. Verniz

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    Devidamente pintados, os lápis seguem para receber uma mão de um verniz atóxico, pensado em crianças (e adultos) que comem as pontas dos lápis.
  • 18. Marca

    18 /23(Tatiana Vaz/EXAME.com)

    Nesta etapa, uma chancela com o logo da Faber-Castell é prensada em cada um dos lápis. Na maioria das vezes, os coloridos recebem a marca dourada e os de grafites prateada.
  • 19. Olho nu

    19 /23(Tatiana Vaz/EXAME.com)

    Depois de apontados pela máquina, eles seguem por uma esteira em velocidade lenta para que passem pela última vistoria feita a olho nu por um funcionário da qualidade.
  • 20. Para a caixa

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    Blocos de lápis de mesma cor são colocados em grandes compartimentos antes de uma máquina separar um de cada para serem alinhados e empurrados para a caixa.
  • 21. Acessórios

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    Em algumas caixas, as máquinas incluem também borrachas e apontadores.
  • 22. Distribuição

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    Prontas, as caixas de lápis de cor seguem para a distribuição e venda no Brasil e em mais de 70 países.
  • 23. Veja também:

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