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Líderes enfatizam importância de integração da A.Latina

Montevidéu - A América Latina está "nos alvores" da década da "grande oportunidade", mas os países devem contribuir no processo de integração para "juntos ser mais soberanos", destacaram hoje o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, e o da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), José Fernández Estigarribia. Iglesias e Estigarribia participaram do encontro "O sonho da integração […]

Presidentes dos países membros do Mercosul posam juntos para foto na 39ª Cúpula do bloco (.)

Presidentes dos países membros do Mercosul posam juntos para foto na 39ª Cúpula do bloco (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Montevidéu - A América Latina está "nos alvores" da década da "grande oportunidade", mas os países devem contribuir no processo de integração para "juntos ser mais soberanos", destacaram hoje o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, e o da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), José Fernández Estigarribia.

Iglesias e Estigarribia participaram do encontro "O sonho da integração Latino-Americana 50 anos depois", em comemoração do 50º aniversário da Aladi, que reuniu em Montevidéu políticos, legisladores e analistas de vários países da região, por causa do meio século transcorrido desde o início desse processo.

A região é "mais sábia" que 20 anos atrás e tem "grande experiência" para capitalizar "o que se deve fazer e como fazê-lo" em matéria econômica, disse Iglesias.

Mas, além disso, os países latino-americanos têm "um dividendo espetacular" no preço internacional das matérias-primas, por isso estão diante de "uma grande oportunidade", acrescentou o secretário-geral.

A Aladi está imersa na "integração silenciosa" e "não participa das grandes decisões", mas "vela pelo cumprimento eficiente do respaldo jurídico de inúmeras resoluções políticas que se tomam em outros âmbitos", enfatizou Estigarribia, por sua vez.

O processo latino-americano de integração começou em 1960 com a criação da Associação Latino-Americana de Livre-Comércio (Alalc) e teve na Aladi sua continuidade histórica e jurídica, com a assinatura em 12 de agosto de 1980 do Tratado de Montevidéu que lhe deu origem.

Essa instituição multilateral é integrada por Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Cuba, Chile, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela e tem sua sede permanente em Montevidéu.


Iglesias alertou sobre a forma de "mitigar os riscos" da crise internacional e sortear as "turbulências" da economia mundial.

"Isso é possível. Fortalecer os organismos regionais é uma das principais formas", disse, frente a uma plateia de políticos, legisladores e economistas de vários países.

O secretário-geral ibero-americano pediu a todos para "agir com muito pragmatismo" e "não tentar dar passos mais longos que as pernas". "Muitas vezes copiamos modelos europeus", complementou.

Em sua opinião, é preciso "aprofundar a infraestrutura e as empresas regionais, ampliar a cooperação financeira e, com isso, diminuir os riscos no processo de crescimento e desenvolvimento".

Além disso, Estigarribia reconheceu que a "visão pessimista" de "alguns políticos e empresários" sobre o processo ocorre porque "não se avançou com devida profundidade no caso das integrações formais, especialmente na América do Sul".

Uma das razões para essa pouca dinâmica é a "falta de coragem suficiente" e "interesses corporativos" para enfrentar as assimetrias entre os países grandes, médios e pequenos, considerou o secretário-geral.

No mesmo encontro, o presidente do Uruguai, José Mujica, destacou que a região teve "frustrações, retrocessos e algumas quedas" no processo durante as últimas cinco décadas, mas assinalou que a Aladi "manteve acesa a chama" da vocação integracionista.

"Se não caminhamos mais rápido é porque não pudemos", afirmou o governante, que reivindicou maior integração "da cultura e da inteligência". Para ele, o que até algum tempo atrás era o "sonho da integração", agora se tornou "a angústia de ficar unidos ou sofrer".

Mas, segundo Mujica, a integração ainda não beneficiou as camadas mais pobres. "Ainda é um fenômeno de elite, de intelectuais, porque os partidos políticos falham em transmitir às massas (a mensagem de) que nesses processos (de integração) está o futuro de nossos povos".

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