Economia

Lagarde sugere que FMI pode mudar sede para China em 10 anos

Lagarde indicou que a mudança é uma "possibilidade" já que os estatutos do FMI indicam que a sede deve ficar na principal economia mundial

Lagarde: "Se tivéssemos essa conversa dentro de dez anos, poderemos não estar sentados em Washington" (Philippe Wojazer/Reuters)

Lagarde: "Se tivéssemos essa conversa dentro de dez anos, poderemos não estar sentados em Washington" (Philippe Wojazer/Reuters)

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EFE

Publicado em 24 de julho de 2017 às 15h54.

Última atualização em 24 de julho de 2017 às 17h23.

Washington - A sede central do Fundo Monetário Internacional (FMI) poderia mudar para a China em uma década como reflexo do crescente peso do país no cenário internacional, indicou nesta segunda-feira a diretora-gerente do órgão, Christine Lagarde.

"Se tivéssemos essa conversa dentro de dez anos, poderemos não estar sentados em Washington. A faríamos na nossa sede central em Pequim", afirmou Lagarde em uma conferência no centro de estudos Center for Global Development, na capital dos Estados Unidos.

Lagarde indicou que a mudança é uma "possibilidade" já que os estatutos do FMI indicam que a sede da instituição deve ficar na principal economia mundial.

No entanto, para que isso ocorra, disse a diretora-gerente, é preciso que a China cumpra com seus compromissos de abertura e maior transparência de seu sistema.

A sede do FMI, órgão criado em 1944 junto com o Banco Mundial como parte do acordo de Bretton Woods, fica desde sua fundação em Washington. Os EUA contam atualmente com a maior porcentagem dos votos na instituição, com capacidade de veto.

O crescente peso dos mercados emergentes, especialmente da China, que registrou crescimento superior a 6% na última década, aumentou a pressão sobre o FMI para dar mais voz a essas econonomias, como reconhecimento de sua cada vez maior influência global.

Os economistas esperam que a China supere os EUA como detentora do maior Produto Interno Bruto (PIB) nominal, sem efeito da inflação, na próxima década.

Em 2015, a instituição decidiu incluir o yuan no cesto de moedas de reserva do órgão. Elas são usadas para calcular o chamado direito especial de saque, a moeda nominal do FMI, que até então era formado pelo dólar, o euro, a libra esterlina e o iene.

A decisão foi um grande reconhecimento para a China pela mostra de confiança na estabilidade da moeda do país e de sua política monetária.

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