Economia

Juros disparam na Rússia para manter o rublo

Para conter a forte queda da moeda do país, o banco central anunciou um aumento drástico na sua principal taxa de juros

Mulher passa por uma placa de anúncio taxas de moeda estrangeira e o rublo em Moscou (Kirill Kudryavtsev/AFP)

Mulher passa por uma placa de anúncio taxas de moeda estrangeira e o rublo em Moscou (Kirill Kudryavtsev/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 21h07.

Moscou - O banco central russo anunciou nesta terça-feira (hora local, noite de segunda-feira no Brasil) um aumento drástico na sua principal taxa de juros, de 10,5% para 17%, para conter a forte queda do rublo.

"O objetivo desta decisão é limitar a desvalorização considerável do rublo e a inflação", anunciou o banco central russo em comunicado.

O rublo russo voltou a sofrer, nesta segunda-feira, uma baixa histórica, arrastado pelas sanções ocidentais contra Moscou e a queda do preço do petróleo, faltando apenas três dias para um esperado discurso do presidente Vladimir Putin.

A moeda russa caiu bruscamente no mercado de câmbios e fechou o dia com uma perda de 9,5%, em um de seus piores dias desde o período posterior ao 'default' da Rússia, em 1998.

O euro foi cotado a 80,09 rublos e o dólar, a 64,23. O índice RTS, da bolsa de Moscou, denominado principalmente em dólares, caiu 10,12%.

"O rublo está fora de controle", resumiu Chris Weafer, economista do escritório Macro Advisory. "Está em queda livre por causa do medo, nada mais", acrescentou.

Com esta nova queda da moeda, em um país submetido a sanções europeias e americanas por causa da crise na Ucrânia, o rublo perdeu desde o começo do ano 42% de seu valor em comparação com a moeda europeia e 49% perante o dólar.

Segundo previsões do Banco Central russo, a inflação resultante será de 11,5% ao ano no primeiro trimestre de 2015.

Desde o começo do mês, o BC russo gastou US$ 5,9 bilhões para sustentar o rublo no mercado de rublo, também muito afetado pela queda das cotações do petróleo, que representa a metade dos ganhos da Rússia.

A instituição alertou, ainda, que o PIB do país poderia cair entre 4,5% e 4,8% em 2015 se os preços do petróleo se mantiverem perto dos US$ 60,00 o barril, sua atual cotação.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaInflaçãoJurosPolíticosRússiaVladimir Putin

Mais de Economia

Reforma tributária: vídeocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação