Visão da cidade de Tóquio, Japão, com o Monte Fuji ao fundo (Torsakarin/Thinkstock)
AFP
Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 07h42.
O Japão registrou déficit comercial no ano passado pela primeira vez desde 2015, devido à desaceleração das exportações em um contexto de tensões entre seus dois maiores sócios comerciais - China e Estados Unidos.
Em 2018, o déficit comercial japonês foi de 1,2 trilhão de ienes, após dois anos de superávit. O crescimento anual das exportações caiu de 11,8%, em 2017, para 4,1%, no ano passado, de acordo com dados do Ministério das Finanças publicados nesta quarta-feira (23).
As exportações para a China aumentaram 6,8%, contra 20,5%, em 2017.
O aumento dos envios para os Estados Unidos foi de 2,3%, contra 6,9% um ano antes.
"As exportações para os Estados Unidos não foram fortes, mas, sim, sólidas, enquanto os envios para a Ásia, sobretudo, para a China, se desaceleraram", explicou Takeshi Minami, economista-chefe do Norinchukin Research Institute.
"Pode-se apontar as tensões comerciais entre China e Estados Unidos como causa", disse ele à AFP.
"Se a economia mundial se mantiver assim, não podemos esperar um crescimento das exportações", declarou Minami.
Além disso, o Japão aumentará os impostos sobre as compras, dos atuais 8% para 10% em outubro, o que pode implicar uma alta da demanda antes da nova taxa.
"Isso pode impulsionar as importações até setembro, o que aumentaria o déficit do Japão", completou.