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Itaú corta projeção de PIB do Brasil em 2020 de -2,5% para -4,5%

Itaú projeta queda de 10,6% do PIB no segundo trimestre; desemprego devo atingir 14% no fim de 2020

Itaú: Novas previsão do banco são influenciadas pelo enfraquecimento da economia global (Gustavo Gomes/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de maio de 2020 às 13h45.

Última atualização em 11 de maio de 2020 às 13h46.

Em meio à pandemia de coronavírus, o Itaú Unibanco piorou a projeção para o Produto Interno Bruto ( PIB) do Brasil em 2020, de queda de 2,5% para contração de 4,5%, conforme relatório divulgado nesta segunda-feira, 11. Para 2021, a estimativa de crescimento também foi revisada para baixo.

Por trimestre, o Itaú espera queda de 2,1% do PIB no período de janeiro a março e contração de 10,6% no segundo trimestre, seguido de altas de 10,1% no terceiro trimestre e de 0,70% no último quarto do ano, considerando as comparações na margem, com ajuste sazonal.

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As projeções para a taxa de desemprego, por sua vez, foram elevadas: de 12,6% para 14% no fim de 2020 e de 12% para 13,7% no fim de 2021.

"A mudança foi causada por crescimento global mais baixo; propagação do vírus no Brasil ainda intensa e persistente; e expectativa de deterioração do cenário fiscal no Brasil, que gera condições financeiras menos estimulativas e reduz a capacidade da economia de retomar o crescimento depois que a epidemia passa", explica o banco.

O Itaú Unibanco também piorou significativamente as projeções fiscais no âmbito da crise provocada pelo novo vírus na revisão de cenário divulgada nesta segunda. O banco estima que deve haver aumento de gastos sociais no ano que vem, os quais devem ser parcialmente financiados pelo aumento de carga tributária.

O banco passou a prever déficit primário este ano de 10,2% do PIB, ou R$ 735 bilhões. Antes, a projeção era deficitária em R$ 590 bilhões, ou 8% do PIB. Para 2021, a expectativa de déficit foi elevada de R$ 70 bilhões (0,8% do PIB) para R$ 175 bilhões (2,2% do PIB).

Há expectativa de aumento de cerca de R$ 67 bilhões de gastos sociais no ano que vem, segundo o banco, que devem ser parcialmente financiados por um aumento de carga tributária de 0 2%, ou R$ 20 bilhões, focados em tributos sobre lucros de setores específicos e de alta renda.

"A piora em 2020 decorre principalmente da perspectiva de aumento de gastos para o combate aos impactos do coronavírus, além da atividade econômica mais fraca", afirma. "O aumento de gastos sociais deve elevar o benefício médio do Programa Bolsa Família de R$ 200 para R$ 600 mensais e ser implementado por meio de um fundo fora do orçamento público, e não sujeito ao teto de gastos, de modo que todos os gastos primários restantes continuarão respeitando a regra fiscal."

Nesse cenário, o banco espera que a dívida bruta alcance 92% do PIB em 2020 e 88% do PIB em 2021, ante 76% em 2019. "No caso de piora fiscal adicional, a retomada da economia e a sustentabilidade das taxas de juros nas mínimas históricas ficariam ainda mais prejudicadas", alerta a instituição.

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