Economia

Redução de IPI de móveis e linha branca será prorrogada

Móveis, laminados e massas também manterão reduções das taxas; renúncia fiscal do governo deve chegar a 684 milhões de reais

Mantega: benefício tributário terminaria neste sábado, mas foi prorrogado (Ueslei Marcelino/Reuters)

Mantega: benefício tributário terminaria neste sábado, mas foi prorrogado (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2012 às 15h58.

São Paulo – A redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar e freezer) e móveis foi prorrogada pelo governo mais uma vez. O benefício tributário, que terminaria neste sábado, dia 30. valerá por mais dois meses. Já para móveis terão prazo estendido por mais três.

O anúncio foi feito hoje pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que se reuniu durante a tarde com representantes da indústria de eletrodomésticos (linha branca), móveis e varejo em São Paulo.

A justificativa para a segunda prorrogação da redução de IPI em 2012 é que o benefício conseguiu impulsionar o consumo, a maior preocupação do governo. Segundo Mantega, as vendas de produtos de linha branca registraram aumento de 22% de janeiro a maio comparado ao ano passado. “Temos o consumidor, que vai viabilizar o crescimento da indústria, da produção e das vendas”, disse Mantega. Entre janeiro e maio, as vendas dos supermercados cresceram 6,8% em termos reais, segundo o governo. 

Outra setor beneficiado será o de fabricantes de massas, que estarão isento do pagamento de PIS/Cofins até o fim do ano. Laminados, luminárias e papel de parede também manterão a redução de IPI. O governo pretende incluir um novo produto na isenção dos móveis, os painéis, cuja redução deve ser entrar em vigor na próxima semana. 

A renúncia fiscal do governo com a medida chega a 684 milhões de reais - sendo 285 milhões somente das massas, cuja isenção vai até o final do ano.

Contrapartida

Os setores beneficiados assumiram três compromissos com o governo, segundo Mantega: repassar a redução do IPI aos consumidores, manter e até aumentar a nacionalização nos setores e manter o nível de emprego. “O setor está dizendo que até tem dificuldade para encontrar trabalhadores”, disse Mantega.

Luiza Trajano, presidente do Magazine Luiza, reforçou o compromisso acordado com o governo. “É um compromisso, vamos fazer de tudo para não subir (os preços) foi uma coisa que ele (Mantega) pediu, não subir preços e continuar gerando empregos”, afirmou Trajano.


Na linha branca, geladeira, fogão e máquina de lavar vão manter a desoneração como estava. Nos refrigeradores, o IPI vai mudar de 15% para 5%; fogão deve ir de 4% para zero; máquina de lavar roupa, de 20% para 10%; o IPI do tanquinho, de 10% para zero.

O ministro defendeu que o impacto da medida é deflacionário, “estamos garantindo que o preço não suba. Ele já caiu”, afirmou. Para Mantega, a produção interna tem condições de dar conta do aumento de vendas.

O varejo saiu muito satisfeito da reunião, segundo Trajano. “Não é uma medida imposta, estudamos  por mais de três horas”, disse. “Sem a redução (do começo do ano) teríamos tido um ano negativo até agora”, afirmou Lourival Kiçula, presidente da Eletros/representante da Whirpool.

PAC Equipamentos

Na quarta-feira, o governo lançou um novo pacote para impulsionar a economia, chamado PAC Equipamentos. Os gastos com a compra de equipamentos, até dezembro, foram ampliados para R$ 8,4 bilhões. O gasto adicional em relação ao que estava previsto no orçamento desse ano chega a 6,6 bilhões de reais. A taxa de juros para investimentos (TJLP) foi reduzida de 6% ao ano para 5,5% ao ano.

Ontem, o Banco Central reduziu sua projeção de crescimento do PIB em 2012 de 3,5% para 2,5% - menor que o crescimento registrado em 2011.

Mantega disse, no começo da noite de hoje, em São Paulo, que a economia vai se recuperar no segundo semestre, crescendo entre 3,5 e 4,5%. O ministro defendeu que, no segundo semestre, o crescimento da economia brasileira vai ficar entre 3,5% e 4,5%. “Não é para entregar os pontos”, disse o ministro que acredita que é possível crescer mais do que em 2011, quando o PIB brasileiro cresceu 2,7%.

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