Ipea: falta estratégia para combater desindustrialização
De acordo com o coordenador do estudo algumas das saídas seriam manter a trajetória da taxa de juros em permanente queda e aumentar o ritmo da taxa de investimento
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2012 às 13h29.
Rio de Janeiro – A falta de uma estratégia nacional de desenvolvimento está contribuindo para acabar com o setor industrial do país, sobretudo, o da indústria de transformação. A conclusão consta do boletim Conjuntura em Foco, divulgado hoje (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O instituto aponta que a falta de uma estratégia para o setor e de investimento em infraestrutura acentua o processo atual de desindustrialização precoce no Brasil.
De acordo com o coordenador do estudo, Roberto Messenberg, a falta de dinamismo e competitividade industrial está favorecendo o crescimento do peso relativo de serviços de má qualidade no Brasil e criando uma economia ruim.
“Acho que o governo está lidando com alguns aspectos do problema de maneira muito pontual, com efeitos de curto prazo. O setor público precisa organizar o processo de investimentos da economia. Em alguns setores, ele mesmo pode investir, em outros, fazer a concessão, criar as normas de exploração. Enfim, ele precisa de uma estratégia. Está faltando esse processo de socialização da decisão de investimento”.
Algumas saídas, segundo Messenberg, seriam não deixar que o câmbio aprecie mais, manter a trajetória da taxa de juros em permanente queda, aumentar o ritmo da taxa de investimento, reduzir as estruturas de custos para o setor e buscar um modelo de desenvolvimento sustentável.
O estudo, que utilizou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chama a atenção para a forte queda na produção da indústria de transformação. Um dos gráficos mostra que, entre 2008 e 2011, enquanto o setor financeiro cresceu 23,1%, a extração mineral cresceu 12,8% e o desempenho da indústria de transformação caiu 5,7%.
O boletim ressalta o fato de o consumo interno estar sendo cada vez mais suprido por produtos manufaturados. Reflexo disso seria a diminuição gradual da população ocupada na indústria, que representava 17,7% da população ocupada em 2004 e que caiu para 16,5% em 2001. O Ipea também ressalta que o déficit da balança comercial de produtos manufaturados, entre janeiro de 2011 e janeiro de 2012, ficou em US$ 94,3 bilhões.
“Enquanto discutimos ideias, países como os Estados Unidos já estão testando alternativas sustentáveis de desenvolvimento, como no setor energético, por exemplo. É preciso agir, antes que façam uma verdadeira queimada da indústria brasileira”, concluiu Messemberg.
Rio de Janeiro – A falta de uma estratégia nacional de desenvolvimento está contribuindo para acabar com o setor industrial do país, sobretudo, o da indústria de transformação. A conclusão consta do boletim Conjuntura em Foco, divulgado hoje (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O instituto aponta que a falta de uma estratégia para o setor e de investimento em infraestrutura acentua o processo atual de desindustrialização precoce no Brasil.
De acordo com o coordenador do estudo, Roberto Messenberg, a falta de dinamismo e competitividade industrial está favorecendo o crescimento do peso relativo de serviços de má qualidade no Brasil e criando uma economia ruim.
“Acho que o governo está lidando com alguns aspectos do problema de maneira muito pontual, com efeitos de curto prazo. O setor público precisa organizar o processo de investimentos da economia. Em alguns setores, ele mesmo pode investir, em outros, fazer a concessão, criar as normas de exploração. Enfim, ele precisa de uma estratégia. Está faltando esse processo de socialização da decisão de investimento”.
Algumas saídas, segundo Messenberg, seriam não deixar que o câmbio aprecie mais, manter a trajetória da taxa de juros em permanente queda, aumentar o ritmo da taxa de investimento, reduzir as estruturas de custos para o setor e buscar um modelo de desenvolvimento sustentável.
O estudo, que utilizou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chama a atenção para a forte queda na produção da indústria de transformação. Um dos gráficos mostra que, entre 2008 e 2011, enquanto o setor financeiro cresceu 23,1%, a extração mineral cresceu 12,8% e o desempenho da indústria de transformação caiu 5,7%.
O boletim ressalta o fato de o consumo interno estar sendo cada vez mais suprido por produtos manufaturados. Reflexo disso seria a diminuição gradual da população ocupada na indústria, que representava 17,7% da população ocupada em 2004 e que caiu para 16,5% em 2001. O Ipea também ressalta que o déficit da balança comercial de produtos manufaturados, entre janeiro de 2011 e janeiro de 2012, ficou em US$ 94,3 bilhões.
“Enquanto discutimos ideias, países como os Estados Unidos já estão testando alternativas sustentáveis de desenvolvimento, como no setor energético, por exemplo. É preciso agir, antes que façam uma verdadeira queimada da indústria brasileira”, concluiu Messemberg.