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Ajuste no mercado de trabalho afeta mais renda que empregos

A deterioração do mercado de trabalho em decorrência do desaquecimento do nível de atividade pode ter efeitos mais expressivos na diminuição da renda

Homem segura carteira vazia: Deterioração do mercado de trabalho em decorrência do desaquecimento do nível de atividade pode ter efeitos mais expressivos na diminuição da renda, diz Ipea (Stock.xchng)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2015 às 09h43.

São Paulo - A deterioração do mercado de trabalho em decorrência do desaquecimento do nível de atividade pode ter efeitos mais expressivos na diminuição da renda que na quantidade de empregos, segundo a Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ). "Os ganhos reais obtidos pelos trabalhadores nos últimos anos podem dar margem à aplicação de reajustes nominais menores em 2015, o que, aliado à aceleração da inflação, deverá acarretar um recuo mais acentuado dos salários reais, que passariam a ser o principal fator de ajuste no mercado de trabalho", diz o relatório.

Apesar da retração dos salários em termos reais, ainda não houve, de acordo com o Ipea, uma diminuição no custo unitário do trabalho, que permanece avançando acima dos ganhos de produtividade. "No caso da indústria de transformação, verifica-se, com base nos dados da Pimes e da PIM-PF, que o descompasso entre o custo unitário e a produtividade vem aumentando na margem, refletindo a forte retração da produção industrial, que apresenta recuo da ordem de 6% nos primeiros meses de 2015, superando a redução do emprego no setor".

No tocante aos outros setores da economia, os ganhos de produtividade seguem em um ritmo menor que o avanço dos rendimentos reais. "Por certo este descolamento entre a produtividade e os salários pode ser considerado como um dos fatores de pressão sobre os índices de preços ao consumidor", diz o texto do Ipea.

PME e Pnad Contínua

O documento compara ainda as duas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que medem os níveis de desemprego no País, a Pesquisa Mensal do Emprego (PME) e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. O Ipea destaca que, apesar de ambas revelarem tendências parecidas, apresentam motivos distintos para a elevação do desemprego do País.

Segundo a PME, o nível de desocupação nas seis regiões metropolitanas pesquisadas estava em 6,1% em abril. Já de acordo com os números da Pnad Contínua, que tem uma área de abrangência maior considerando também o interior do Brasil, o desemprego encerrou o trimestre até abril em 8%.

Uma das possíveis explicações, diz o Ipea, se deve ao fato de as regiões acompanhadas pela PME terem economias mais dinâmicas e, portanto, registraram menores taxas de desemprego. "Entretanto, já há evidências empíricas que rejeitam tal argumento e listam outros fatores explicativos como: diferenças entre os domicílios pesquisados; frequência do domicílio na amostra; questionários e técnicas de aplicação distintas etc", pondera o relatório.

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São Paulo - A deterioração do mercado de trabalho em decorrência do desaquecimento do nível de atividade pode ter efeitos mais expressivos na diminuição da renda que na quantidade de empregos, segundo a Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ). "Os ganhos reais obtidos pelos trabalhadores nos últimos anos podem dar margem à aplicação de reajustes nominais menores em 2015, o que, aliado à aceleração da inflação, deverá acarretar um recuo mais acentuado dos salários reais, que passariam a ser o principal fator de ajuste no mercado de trabalho", diz o relatório.

Apesar da retração dos salários em termos reais, ainda não houve, de acordo com o Ipea, uma diminuição no custo unitário do trabalho, que permanece avançando acima dos ganhos de produtividade. "No caso da indústria de transformação, verifica-se, com base nos dados da Pimes e da PIM-PF, que o descompasso entre o custo unitário e a produtividade vem aumentando na margem, refletindo a forte retração da produção industrial, que apresenta recuo da ordem de 6% nos primeiros meses de 2015, superando a redução do emprego no setor".

No tocante aos outros setores da economia, os ganhos de produtividade seguem em um ritmo menor que o avanço dos rendimentos reais. "Por certo este descolamento entre a produtividade e os salários pode ser considerado como um dos fatores de pressão sobre os índices de preços ao consumidor", diz o texto do Ipea.

PME e Pnad Contínua

O documento compara ainda as duas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que medem os níveis de desemprego no País, a Pesquisa Mensal do Emprego (PME) e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. O Ipea destaca que, apesar de ambas revelarem tendências parecidas, apresentam motivos distintos para a elevação do desemprego do País.

Segundo a PME, o nível de desocupação nas seis regiões metropolitanas pesquisadas estava em 6,1% em abril. Já de acordo com os números da Pnad Contínua, que tem uma área de abrangência maior considerando também o interior do Brasil, o desemprego encerrou o trimestre até abril em 8%.

Uma das possíveis explicações, diz o Ipea, se deve ao fato de as regiões acompanhadas pela PME terem economias mais dinâmicas e, portanto, registraram menores taxas de desemprego. "Entretanto, já há evidências empíricas que rejeitam tal argumento e listam outros fatores explicativos como: diferenças entre os domicílios pesquisados; frequência do domicílio na amostra; questionários e técnicas de aplicação distintas etc", pondera o relatório.

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