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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h44.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como referência para a inflação pelo governo, recuou em fevereiro e ficou em 0,41%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda em relação a janeiro, que mostrou alta de 0,59%, já era esperada pelo mercado por efeitos sazonais.
Os artigos do grupo vestuário, por exemplo, tiveram os preços derrubados por conta de liquidações. Já os combustíveis, que haviam ganhado fôlego em janeiro, mostraram desaceleração. Álcool e gasolina subiram, respectivamente, 2,88% e 0,57% em fevereiro, frente a aumentos de 9,87% e 1,19% em janeiro. O que mais pressionou a inflação no segundo mês do ano foram as mensalidades escolares (5,38%), que passam por período de revisão de valores com o início das atividades letivas.
Marcela Prada, da Tendências Consultoria, esperava inflação de 0,43% e considerou o resultado de fevereiro positivo. Para a economista, o dólar mais barato tem ajudado a derrubar os preços: "A gente vê o impacto do câmbio em alguns produtos que tiveram queda, como os artigos de residência, que caíram 0,39%".
Com a perspectiva de manutenção do dólar a baixos níveis, a aposta de Marcela é de que a inflação se manterá no patamar de 0,40% em março. "A exceção fica pelos reajustes dos combustíveis no começo do mês, por conta da nova mistura da gasolina. Isso vai ter uma pressão em março, mas temporária. Já está chegando a nova safra da cana, que vai gerar queda no preço do álcool", afirma a economista, que acredita que o IPCA vem caminhando em 2006 em direção à meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. O índice acumula no ano inflação de 1,17%.
O IBGE coletou preços entre os dias 28 de janeiro e 24 de fevereiro nos municípios de Goiânia e Brasília e em nove regiões metropolitanas do país (Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, São Paulo, Belém, Curitiba, Porto Alegre).