IPCA deve ficar acima do teto da meta até novembro
A inflação medida pelo IPCA e acumulada em 12 meses deverá permanecer acima do teto da meta, de 6,5%, por um período de cinco meses, estima gestora de fundos
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2014 às 12h23.
São Paulo - A inflação medida pelo IPCA e acumulada em 12 meses deverá permanecer acima do teto da meta, de 6,5%, por um período de cinco meses a começar de julho até novembro, estimou a gestora de Renda Fixa da Mongeral Aegon Investimentos, Patrícia Ferreira.
Ela acredita que o mercado até vai revisar para baixo suas projeções movido pela desaceleração do IPCA de abril para maio, de 0,67% para 0,46%, mas a inflação deve superar o limite do BC nos próximos meses.
Segundo a gestora, a trajetória do IPCA em 12 meses se desenhará com o indicador fechando em junho pouco abaixo do teto da meta, algo como 6,45%, superando a meta nos cinco meses subsequentes e voltando para 6,40% em dezembro. "Será um período de desconforto para o governo, que já não tem mais muita margem de manobra na política monetária para conter a inflação", disse gestora da Mongeral Aegon.
Ela lembra que em abril o IPCA acumulado em 12 meses era 6,28% e que em maio foi para 6,37% mesmo com a inflação cheia tendo desacelerado 0,21 ponto porcentual. "Já foi retirado mais 0,10 ponto porcentual da margem de manobra da meta de inflação para acomodar choques".
Patrícia alerta que, com qualquer eventual choque futuro no câmbio, de quebra de safra agrícola nos EUA, por exemplo, a inflação já salta para um patamar superior ao teto da meta.
Câmbio X inflação
Perguntada se com essa redução da margem de manobra da política monetária o Banco Central (BC) não poderia passar a usar o câmbio para conter a escalada da inflação - ainda mais com as recentes notícias dando conta de que poderá ocorrer um fluxo maior de dólares para o Brasil -, Patrícia disse que sim, embora a formação de preços não dependa apenas do câmbio.
Segundo da gestora da Mongeral, falta um pouco de vontade do BC em manter a previsibilidade no mercado de câmbio. Ela se refere à recente redução da rolagem dos contratos de câmbio de 10 mil contratos para 5 mil e a volta para os 10 mil em reação à puxada do dólar pelo mercado. "Preocupa que o BC não tem compromisso com a previsibilidade. Começa com 10 mil contratos, vai para 5 mil e volta para 10 mil", disse.
Quanto à Selic, Patrícia prevê que a taxa não será alterada mais neste ano. Pela sinalização da ata do Copom, o BC está preocupado é com a atividade que não reagiu nem mesmo quando a taxa de juros atingiu seu piso histórico. Além disso, o nível de confiança de empresários e consumidores, de acordo com a gestora da Mongeral, encontra-se no menor nível desde 2009.
São Paulo - A inflação medida pelo IPCA e acumulada em 12 meses deverá permanecer acima do teto da meta, de 6,5%, por um período de cinco meses a começar de julho até novembro, estimou a gestora de Renda Fixa da Mongeral Aegon Investimentos, Patrícia Ferreira.
Ela acredita que o mercado até vai revisar para baixo suas projeções movido pela desaceleração do IPCA de abril para maio, de 0,67% para 0,46%, mas a inflação deve superar o limite do BC nos próximos meses.
Segundo a gestora, a trajetória do IPCA em 12 meses se desenhará com o indicador fechando em junho pouco abaixo do teto da meta, algo como 6,45%, superando a meta nos cinco meses subsequentes e voltando para 6,40% em dezembro. "Será um período de desconforto para o governo, que já não tem mais muita margem de manobra na política monetária para conter a inflação", disse gestora da Mongeral Aegon.
Ela lembra que em abril o IPCA acumulado em 12 meses era 6,28% e que em maio foi para 6,37% mesmo com a inflação cheia tendo desacelerado 0,21 ponto porcentual. "Já foi retirado mais 0,10 ponto porcentual da margem de manobra da meta de inflação para acomodar choques".
Patrícia alerta que, com qualquer eventual choque futuro no câmbio, de quebra de safra agrícola nos EUA, por exemplo, a inflação já salta para um patamar superior ao teto da meta.
Câmbio X inflação
Perguntada se com essa redução da margem de manobra da política monetária o Banco Central (BC) não poderia passar a usar o câmbio para conter a escalada da inflação - ainda mais com as recentes notícias dando conta de que poderá ocorrer um fluxo maior de dólares para o Brasil -, Patrícia disse que sim, embora a formação de preços não dependa apenas do câmbio.
Segundo da gestora da Mongeral, falta um pouco de vontade do BC em manter a previsibilidade no mercado de câmbio. Ela se refere à recente redução da rolagem dos contratos de câmbio de 10 mil contratos para 5 mil e a volta para os 10 mil em reação à puxada do dólar pelo mercado. "Preocupa que o BC não tem compromisso com a previsibilidade. Começa com 10 mil contratos, vai para 5 mil e volta para 10 mil", disse.
Quanto à Selic, Patrícia prevê que a taxa não será alterada mais neste ano. Pela sinalização da ata do Copom, o BC está preocupado é com a atividade que não reagiu nem mesmo quando a taxa de juros atingiu seu piso histórico. Além disso, o nível de confiança de empresários e consumidores, de acordo com a gestora da Mongeral, encontra-se no menor nível desde 2009.