IPCA-15 sobe 0,54% e tem maior alta para março desde 2015, diz IBGE
Em 12 meses, indicador apresentou alta de 4,18%, acima dos 3,73% do mês anterior. Com isso, o resultado se aproxima da meta oficial de inflação do governo
Reuters
Publicado em 26 de março de 2019 às 09h09.
Última atualização em 26 de março de 2019 às 09h38.
Os preços de alimentos subiram com força e a prévia da inflação oficial registrou em março o patamar mais elevado para o mês em quatro anos, depois de o Banco Central ter alertado que a inflação acumulada em 12 meses deve atingir um pico em torno de abril ou maio.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) subiu 0,54 por cento em março, depois de alta de 0,34 por cento em fevereiro, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa a taxa mais alta para um mês de março desde 2015, quando o índice subiu 1,24 por cento.
Em 12 meses, o indicador apresentou alta de 4,18 por cento, acima dos 3,73 por cento do mês anterior. Com isso, o resultado se aproxima da meta oficial de inflação do governo para 2019 --4,25 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Nesta terça-feira, o Banco Central antecipou que a inflação acumulada em 12 meses deve atingir um pico em torno de abril ou maio, para depois recuar para patamar abaixo do centro da meta deste ano. Mas o BC destacou que a consolidação desse "cenário favorável" depende do andamento das reformas e ajustes na economia brasileira.
Em março, a maior influência sobre o IPCA -15 foi exercida pelo grupo Alimentação e Bebidas, cuja alta acelerou a 1,28 por cento de 0,64 por cento em fevereiro, exercendo o maior impacto(0,32 ponto percentual).
Alimentação no domicílio foi a principal colaboração para essa alta com os preços subindo 1,91 por cento em março, de 0,68 por cento no mês anterior, com destaque para o avanço de 41,44 por cento do feijão-carioca.
Também pressionou o IPCA -15 a alta de 0,59 por cento dos Transportes, após queda de 0,46 por cento no mês anterior, sob pressão de passagem aérea (7,54 por cento) e etanol (2,64 por cento). Juntos, Alimentos e Transportes corresponderam a cerca de 80 por cento do índice do mês.
Por outro lado, Artigos de Residência e Comunicação apresentaram deflação no mês, respectivamente de 0,23 e 0,19 por cento.
Na semana passada, o BC manteve a taxa de juros no seu piso histórico de 6,5 por cento e indicou que, diante da retomada econômica aquém das expectativas, o balanço de riscos para a inflação ficou simétrico, com pesos iguais tanto para cima quanto para baixo.
A decisão, a primeira com Roberto Campos Neto no comando da autoridade monetária, tirou o impedimento explícito que o BC vinha apontando para possivelmente diminuir os juros à frente.