Economia

IPCA-15 de setembro desacelera e fica em 0,13%, abaixo das expectativas

O IPCA acumula alta de 4,12% nos últimos 12 meses, abaixo dos 4,35% observados no 12 meses acumulado até setembro

IPCA-15: alimentos subiram após duas quedas (Leandro Fonseca/Exame)

IPCA-15: alimentos subiram após duas quedas (Leandro Fonseca/Exame)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 25 de setembro de 2024 às 09h02.

Última atualização em 25 de setembro de 2024 às 11h08.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), indicador que é a prévia da inflação oficial do Brasil, fechou em setembro em 0,13%, queda em relação a agosto, quando o índice registrou alta de 0,19%. O resultado foi divulgado nesta terça-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA acumula alta de 4,12% nos últimos 12 meses, abaixo dos 4,35% observados no 12 meses acumulado até setembro. Em setembro de 2023, o indicador foi de 0,35%. O dado veio abaixo da expectativa do mercado financeiro, que esperava alta de 0,29%.

Segundo o IBGE, o grupo de Habitação teve a maior variação, de 0,50%, e o maior impacto no indíce, 0,08 ponto percentual. O principal impacto dentro do grupo veio da energia elétrica residencial, que passou de -0,42% em agosto para 0,84% em setembro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1 a partir de 1º de setembro.

A taxa de água e esgoto teve alta de 0,38% após reajustes tarifários de redução média de 0,61% em São Paulo (-0,15%), a partir de 23 de julho; de 5,81% em Salvador (3,02%), a partir de 1º de agosto; e de 8,05% em Fortaleza (5,23%), a partir de 5 de agosto.

Alimentos sobe após duas quedas

O preço de alimentos e bebidas, grupo com maior peso no índice, registrou um aumento de 0,05%, após dois meses de queda nos preços.

A alimentação no domicílio teve variação de -0,01%, após recuar 1,30% no mês anterior. A queda é explica pelo recuo nos preços da cebola (-21,88%), da batata-inglesa (-13,45%) e do tomate (-10,70%). No lado das altas, destacam-se o mamão (30,02%), a banana-prata (7,29%) e o café moído (3,32%).

Também teve alta nos preços a alimentação fora do domicílio (0,22%), com desaceleração em relação ao mês de agosto (0,49%), em virtude das altas menos intensas do lanche (de 0,76% em agosto para 0,20% em setembro) e da refeição (0,37% em agosto para 0,22% em setembro).

Qual foi o resultado do IPCA-15 de setembro de 2024?

  • IPCA-15 de setembro: 0,13%
  • IPCA-15 dos últimos 12 meses: 4,12%

Quem calcula o IPCA?

O cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:

1. Amostra de produtos e serviços

O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.

2. Pesquisa de preços

Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.

3. Ponderação dos itens

Os itens da amostra do IPCA são ponderados de acordo com a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.

4. Cálculo do índice

O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada de acordo com a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.

O que é IPCA-15?

Para o cálculo do IPCA-15, a metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. Os preços foram coletados no período de 16 de maio a 14 de junho de 2024 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de abril a 15 de maio de 2024 (base).

O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.

O que é IPCA acumulado?

O IPCA acumulado é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços ao longo de um determinado período. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. O IPCA acumulado é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

O que significa a sigla IPCA?

A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda mensal entre um e 40 salários mínimos. O IPCA é calculado pelo IBGE e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Ele é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

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