Economia

IPCA-15 avança 0,85% e chega a alta de 10,28% em 12 meses

Pesquisa com economistas estimava alta de 0,83 por cento em novembro


	Pessoa fazendo compras no mercado: em 12 meses até novembro, o índice acumulou alta de 10,28 por cento
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Pessoa fazendo compras no mercado: em 12 meses até novembro, o índice acumulou alta de 10,28 por cento (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2015 às 09h22.

São Paulo - Pressionada pelos preços de combustíveis e alimentos, a prévia da inflação oficial do país acelerou em novembro e ultrapassou o patamar de 10 por cento no acumulado em 12 meses pela primeira em 12 anos, destacando a dificuldade do Banco Central de conter a alta dos preços mesmo com a economia em recessão.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta de 0,85 por cento em novembro, depois de subir 0,66 por cento em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Esse é o nível mais elevado para o mês desde 2010 (+0,86 por cento).

Com isso, o resultado acumulado em 12 meses até novembro do IPCA-15 chegou a 10,28 por cento, contra 9,77 por cento no mês anterior, maior nível desde novembro de 2003 (+12,69 por cento).

Pesquisa da Reuters apontou que as expectativas de economistas eram de avanço de 0,83 por cento na comparação mensal e de 10,26 por cento em 12 meses.

O item combustível foi o principal responsável pela alta do IPCA-15 em novembro, respondendo por 35 por cento do índice após alta nos preços de 5,89 por cento.

O aumento da gasolina nas bombas, que acumula 6,48 por cento entre outubro e novembro, veio da alta de 6 por cento nos preços das refinarias, reajuste em vigor desde o dia 30 de setembro, ressaltou o IBGE.

Com isso, o grupo Transportes foi o que apresentou a maior variação em relação ao mês anterior, ao acelerar a alta a 1,45 por cento neste mês, sobre 0,80 por cento.

Alimentação e Bebidas também exerceu forte pressão, com alta dos preços de 1,05 por cento, contra 0,62 por cento em outubro.

Diante da resistente pressão dos preços, o BC jogou a toalha e reconheceu que não conseguiria trazer a inflação para o centro da meta --de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos para mais ou menos-- no final de 2016, postergando o objetivo para o final de 2017.

Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne novamente para decidir sobre a taxa básica de juros, e a expectativa é de que seja mantida em 14,25 por cento.

"Isso (IPCA-15 de novembro) não influencia muito a política monetária, porque a inflação acima de 10 por cento já era antecipada.

O BC tem como cenário que vai haver desinflação daqui até os próximos dois anos", avaliou o economista sênior do banco de investimento Haitong, Flávio Serrano, que projeta alta do IPCA de 6,7 por cento em 2016 e de entre 5 e 5,5 por cento em 2017.

Na pesquisa Focus do BC, que ouve semanalmente uma centena de economistas, a expectativa para a alta do IPCA este ano já havia ultrapassado os 10 por cento, chegando a 6,5 por cento para 2016, exatamente o teto da meta do governo.

Veja abaixo a variação dos grupos: Grupo Outubro Novembro Impacto (%) (%) (p.p.) Alimentação e Bebidas +0,62 +1,05 0,26 Habitação +1,15 +0,74 0,12 Artigos de Residência +0,12 +0,07 0,00 Vestuário +0,58 +0,72 0,05 Transportes +0,80 +1,45 0,27 Saúde e Cuidados Pessoais +0,55 +0,66 0,07 Despesas Pessoais +0,56 +0,37 0,04 Educação +0,17 +0,03 0,00 Comunicação +0,08 +1,040,04 Índice Geral +0,66 +0,85 0,85.

Texto atualizado às 10h21.

Acompanhe tudo sobre:EstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoIPCAPreços

Mais de Economia

Corte anunciado por Haddad é suficiente para cumprir meta fiscal? Economistas avaliam

Qual é a diferença entre bloqueio e contingenciamento de recursos do Orçamento? Entenda

Haddad anuncia corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir arcabouço e meta fiscal

Mais na Exame